A cada mergulho
um embrulho
que o tempo deixou para se descobrir
o que dentro há
um pedaço de secreta verdade
um bolo de maracujá
que se deixou de comer
fiapos de sonhos
um lançado olhar na direção oposta
um tostão miúdo no bolso
uma não feita aposta...

Mas resistir é pior
por um muro diante
um seco orgulho
é só o instante
em que o que está escondido
atrás da parede de vidro
mais se esconde
até vivar um novelo
que só a palavra
dirá
se é proteção
ou medo...

O divã
coberto pela lã
da aceitação

O divã
na doce manhã
das palavras que dizem não

O divã
que em seu fogo arde
a divina liberdade...

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