Fosse a multidão um rio a descer rumo ao mar,
cada gota fosse um homem a seguir rolando,
o magnético ponto interno da gravidade
a atrair quem quer que quisesse escapar,
fosse assim como um poema inacabado,
um verso exposto ao sol da razão,
assim fosse o homem o eterno arado
a cumprir tarefas sobre este árido chão,
fosse, enfim, o que manda e desmanda
e morre e desmorre e vive outra vez
a cumprir sua sina com eterna altivez,
fosse, a guiza de fechamento de edição,
a poesia escrita em epitáfio líquido,
sentença que cessa o movimento do coração...
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