Aqui, neste, canto,
onde palavras se espantam com meu pranto,
onde choro baixinho por ser descoberto
pelas palavras que estavam no deserto,
sinto-me oásis de simples sede,
alvo peixe, não morto, na rede,
onde espio palavras trocando de roupa,
riem de mim, sentem-se sãs, vivas, loucas...
Aqui, neste canto,
pouso quem sou,
ave de plumagem comedida,
salto e vou
aprendendo a voar
até que a palavra salte
me encontre em pleno ar,
para devolver, com amor,
o que me deste a vida,
com louvor...
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