Em Bangladesh, um país asiático com população de cerca de 156 milhões de pessoas, milhões de cidadãos não possuem acesso ao crédito. Boa parte dessas pessoas são mulheres que não têm emprego, e vivem com renda familiar muito baixa. Por não terem comprovante de renda ou ativos para servir como garantias, ficam excluídas da oferta tradicional de crédito dos bancos. Sua única opção de acesso a crédito para melhorar sua situação é por meio de agiotas. Porém, os juros abusivos e falta de regulamentação levam a endividamento insustentável, piorando a situação financeira familiar.
Foi diante dessa situação que surgiu, talvez o primeiro negócio de impacto social do mundo, o Grameen Bank, um banco de microcrédito que vem trabalhando para solucionar o problema. A figura por trás do banco é o famoso Muhamand Yunus, ganhador do Nobel da paz em 2006.
Entendendo as dificuldades das mulheres em sua região criou um produto financeiro desenhado para essa população, o microcrédito produtivo orientado. O Grameen Bank cobra juros de 16% ao ano, sendo uma opção muito mais acessível para essas mulheres e muito menores que os cobrados pelos agiotas. As mulheres não precisam oferecer garantias, nem assinar um contrato, apenas confiança mútua. Para receber crédito, precisam se juntar a um grupo. Dentro desses grupos as mulheres empreendedoras trocam experiências e aprendizados, e se ajudam a lembrar quando precisam pagar as parcelas. Os agentes locais que distribuem o crédito também acompanham o desenvolvimento dos empreendimentos.
Há 31 anos no mercado, o Grameen Bank já emprestou para mais de 8 milhões de microempreendedoras com taxa de inadimplência de apenas 5%. O sucesso do banco inspirou outras pessoas e organizações a enxergar oportunidades na oferta de crédito para pessoas de baixa renda, criando um vasto setor global de microfinanças.
No Brasil, muitas soluções foram criadas tendo como espelho o Grameen Banck, entretanto, as oportunidades de empreendedorismo nesse segmento ainda estão em expansão no país. É preciso estar de olhos abertos, pois nunca se sabe de onde virá o próximo grande salto.
Mas afinal, o que são negócios de impacto social? São negócios que buscam associar lucro financeiro com o impacto social positivo, ou seja, possuem em sua genética a preocupação com a população de baixa renda. Além disso, os negócios de impacto devem possuir potencial de escala.
A Artemisia é, no Brasil, a principal articuladora de negócios de impacto social, a ONG oferece aceleração para projetos que busquem atender de forma eficiente os negócios de impacto social. A disseminação do conceito de negócios de impacto social é realizada por meio do Movimento CHOICE, criado pela Artemisia para engajar universitários dispostos a mudar o mundo. O CHOICE já impactou mais de 50 mil universitários e formou 527 embaixadores.
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