VULCÕES |
rogerio farias |
Essa calma
Qual rio de lava borbulhante
Sob a superfície
Os espinhos que estão sob a pele
E que hoje aparecem
Se projetam
Essa ternura de arame farpado
Que hoje me envolve
E o grito medonho
Tamanho
Desumano
Que hoje, finalmente,
Ecoa da minha garganta
Esse hálito de pimenta
De ácido sulfúrico
Carregado de todas as queimaduras
Os meus olhos de metal
Pontiagudos
Armas brancas
Agora apontadas
Preparadas
Essa decepção de quebraduras
De cacos de vidro
Estilhaços
Inúmeros pedaços
Silêncios e desgostos espalhados
Tudo que
De um modo
Ou outro
Hoje
E talvez sempre
Está e esteve aqui
E o que fazer com tudo isso?
De quem é a resposta?
O que fazer
Senão explodir
Ou se esvair lentamente?
Aonde ir sem rumo
Aonde levar o pensamento
E essa melancolia de hoje
O que fazer?
O que?
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Biografia: Perto dos 50 anos, escrever é quase sinônimo de pensar ou de sentir... |
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