Pela sujeira e o esterco
depois de muito voar,
sobre um potinho de mel,
uma mosca foi pousar.
Ficaram presas as patinhas
nesse suco coloidal,
sentiu que afundando ia
cada vez que remexia.
Uma e outra vez voar
sem resultado, tentou.
Cansada e sem esperanças
ali mesmo agonizou.
Quantos há igual que a mosca,
pela doce sugestão,
atraídos às coisas fáceis
nelas afundando vão.
Incapazes o mistério,
encerrado perceber,
no domínio do objeto,
presumiram exercer.
***
|