Acordei com uma sensação estranha. De não ser ninguém. Vagar no espaço sem rumo, sem destino. Ao meu lado a terra e a lua. Não estou bem ainda não, mas a vida continua. Não tenho medo de levantar pela manhã com minha vida virada de cabeça para baixo e me deixar enterrar debaixo da terra não.
Sou como um soldado que jamais deixa de lutar, mesmo que essa luta não seja a sua. Mesmo que a causa seja de outro País. Um dia sabe, vai conquistar a liberdade e fazer dela o que quiser e o melhor de tudo, sem estar devendo nada para ninguém. Isso é o melhor de tudo.
Não precisar se esconder de si mesma e nem andar como rato pelos cantos da vida dos outros é a melhor coisa do mundo para mim. Isso é viver. Viver a vida de verdade e não de mentirinha ou no costado dos outros.
Esta é minha vida. Sei dela. É pública, porque sou uma mulher pública. Mulher de estar nos movimentos que acontecem ao meu redor. De erguer a bandeira dos pobres, dos excluídos, dos doentes. Por isso quem quiser me achar, procure por mim nos lugares públicos. Junto às autoridades, nas reuniões e encontros de atas marcadas.
É lá que vou estar. Sem medo de falar o que penso, sem medo de ser eu mesma e sem medo de lutar por uma boa causa...
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