Quando se pensa sobre aprender logo vem à mente o fator escola e o processo formal de ensino-aprendizagem. No entanto, o “aprender” envolve muito mais do que isso, pois a cada momento de nossas vidas estamos aprendendo algo novo. O desafio disso tudo está, na verdade, em conseguir despertar o interesse para que realmente ocorra um aprendizado que seja apropriado e verdadeiramente internalizado em cada pessoa.
A escola é o lugar, por excelência, da descoberta e do aprendizado, portanto, é na escola que ocorre boa parte do ato de aprender. No entanto, isso não é natural e alguns aspectos podem ser apontados para que esse ato seja bem desenvolvido.
Um primeiro elemento que surge no aprender é criar a perspectiva de que se necessita saber algo, pois na grande maioria das vezes em um ensino formalizado – escola – o aluno nem sabe que não sabe, ou seja, não tem consciência de seu erro ou necessidade. Esse “não saber” não o incomoda porque não sente falta do que não lhe é cobrado ainda, portanto, vive tranquilamente. Porém, ao ser confrontado, pela escola, em seu conhecimento e em sua exigência ocorre a constatação da existência de outras coisas e seu universo de vida se amplia, gerando com isso a descoberta de que pode haver coisas interessantes a serem vistas e aprendidas.
No segundo aspecto, descobrir que não sabe, mas que pode aprender reside o interesse despertado e a busca por informações. È nesse estágio, na verdade, que o professor se insere, pois passa a ser orientador e incentivador dessa busca e deve aproveitar-se da curiosidade despertada para criar condições para que a descoberta do novo ocorra e com ela a sua internalização. Nesse ponto, pode-se dizer que a pessoa está apta a aprender e disposta a fazê-lo, pois ocorre nela a motivação interna, ou seja, a curiosidade pelo assunto proposto.
Com essa curiosidade despertada, a pessoa passa ao terceiro aspecto do aprender|: o executar e aplicar. Nesse momento, o aluno já tem consciência de que algo lhe faltava e descobre que é importante buscar esse conhecimento, mas como ainda está em processo nem tudo que viu ou leu já está guardado, ou seja, internalizado e pronto para ser aplicado. Nesse sentido pode-se dizer que o aluno já viu o assunto abordado, entendeu e enquanto o esta usando consegue aplica-lo, mas nem sempre depois de um tempo, dias apenas, ele é capaz depois de explica-lo completamente, pois ainda lhe falta o uso para que o conhecimento visto seja perfeitamente entendido.
O quarto aspecto se propõe nesse momento de aplicação, pois só se pode dizer que se aprendeu algo quando se é capaz de explicar ou aplicar o que se diz ter aprendido. É normalmente, nesse fase que se constata que nem tudo que foi lido ou visto é lembrado. Dessa forma, pode-se dizer que o ato de aprender é constante e pode ser visto como uma atividade circular, em que se toma consciência de que não se sabe, e passa-se a descoberta e ao aprendizado de algo que irá ser aplicado e avaliado, gerando, assim, nova perspectiva em relação ao que se aprendeu e novo desejo de aprender o que se percebeu que não se sabe ainda. Assim, o ato de aprender se torna constante em nossas vidas a cada momento.
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