Passou-se muito tempo.
Longo tempo onde acreditei,
sustentei a esperança.
E hoje, devia estar feliz.
Hoje achei, seria um dia feliz.
Faz um tempo que estou aqui,
e no entanto, estou só.
E vejo que o tempo passou.
Oitocentos anos
de história.
E foi tempo de rir,
de brincar,
de gargalhar de alegria.
E foi tempo de dor,
de sofrer,
de intensas caminhadas
pelo interior da alma.
E foi tempo de chorar,
de lavar a alma
em chuvas torrenciais.
E as marcas ficaram.
Estão aí.
Por toda uma vida
serão lembradas
a cada aurora e a cada
entardecer do dia.
Foi num entardecer
do dia, que abri
a primeira página
de um livro.
E fiz descobertas mil.
Descobertas de mim.
Descobertas do outro.
Mas acho que hoje cheguei,
à última página de uma história,
que achei, estava sendo escrita por mim,
e eternizada num recanto
de estrelas e num jardim encantado.
Mas as melodias de despedidas,
as imagens embaçadas,
e o silêncio eterno,
se abateram sobre mim,
já sem forças para mais uma luta.
Lutei tanto neste tempo, que as forças
se foram completamente.
Não tenho mais como lutar por mim,
nem por ninguém.
Chego ao fim.
Deserdo! Fujo!
Entrego-me,
deixo-me afundar
nestas águas
que agora me afogam.
Não posso mais viver e nem
escrever esta história.
Já sofri demais. Demais!!!
E assim fica minha história. Em branco.
Como ficarão meu cantinho
para refletir, o jardim e este canto.
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