A ideia de felicidade é o que nos move à busca da mesma. Mas para onde correr? Em qual esquina iremos cruzar com ela? Em qual carro do ano vamos conquistá-la? Qual a profissão que lhe permitirá estar lado a lado do que todos mais querem? Nenhuma dessas perguntas tem uma resposta, mas sim suposições. O que há em comum entre elas, é que seja qual for a resposta, ela será uma questão de ter ou de lugar. O curioso é que em meio essa busca pela felicidade, não somos capazes de olhar ao nosso redor. O por do sol é o mesmo em qualquer lugar do mundo, a lua que tu vês, eu também vejo, as estrelas, o sol, o céu, mas tudo depende de como se vê.
Você é feliz? Já ouvi essa pergunta, como também já questionei pessoas sobre isso. Até hoje só ouvi sim. Quando eu respondi, pensei que ao fim da tarde eu posso ver o sol se por, que como doce quando tenho vontade, que meu cachorro fica muito feliz ao me ver, que pude conhecer meu tio antes dele morrer, que eu rezo e isso me faz bem, que já amei e fui amada, que posso escrever, que vou atrás dos meus objetivos, e a partir daí, a resposta soou como a mais verdadeira, sim. Apesar disso já conheci pessoas que não gostam do fim da tarde e nem da noite, tem alergia a doce e cachorro, não conheceram meu tio, não rezam, nunca amaram e nem foram amadas, não podem escrever e não possuem objetivos, mas se perguntarem a elas se são felizes, com certeza a resposta será sim.
A felicidade é subjetiva, é uma condição em que todos se encontram, e que na ausência da mesma sentimos tristeza que é passageira como quando eu não posso ver o sol se por, nem tocar violão, ver a noite, meu cachorro, meu tio, rezar, amar ou ir atrás do que eu que eu quero. E tudo passa a ser tão simples, tão acessível, tão fácil, que passamos a pensar que a vida é curta para acumular riquezas, honras e méritos, e que prazeres são passageiros, assim como nós, por isso o real sentido é estar em paz consigo e com os outros, acrescentar em tudo o que puder e ser livre para decidir onde e com quem se quer estar.
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