A negligência do amor-próprio não parece
um zelo piedoso por falta de devoção espiritual.
É sim, pois,o temor do reconhecimento da
essência humana, intrínsecamente animalesca.
É preciso ver-nos com olhos elevados às razões pessoais,
pois, há aí,satisfações verdadeiras e sólidas.
Nossos prazeres não passam de mera vaidades,
cuja falácia não impedem de vir até nós,
todos os males do mundo, e nele os vermes de uma moléstia intelectual
Que motivo de orgulho pode se ter nós, extravagantes criaturas,
que vive de suas ilusões estúpidas, sem ao menos
questionar-se da legalidade de suas esperanças,
perante a certeza de sua findável existência.
Ninguém pode orgulhar-se de sua superioridade racional,
sem antes ,ao menos, ter mergulhado nas
obscuridades impenetráveis dos segredos da alma.
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