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A Psicologia do Futebol sob uma ótica feminina
Dani CG

Convenhamos que no Brasil há muito mais coisas importantes e indispensáveis que o futebol. Mas não é o que parece. A Copa do Mundo é o que mais desperta atenção e discussões. Embora haja casos que já são encarados como rotina em nossa sociedade: como a violência urbana e a falta de educação em geral. Mas poucas são as reivindicações. Mas o futebol ocupando espaço demais incomoda bastante. Creio que esse desconforto é fruto de uma psicologia que ainda não é considerada ciência. Mas deveria ser estudada com maior aprofundamento. As relações que são estabelecidas por meio desse esporte são deveras esclarecedoras. Tais conexões não só embasam grupos ou torcidas organizadas. Mas também o sentido que o futebol cria em torno de nossas vidas. Fora a competição durante uma partida. Existem fatores intrínsecos que são ativados quando se assiste a um jogo de futebol. Funcionam como verdadeiros depósitos de emoções que bombardeiam por aí afora sem aviso prévio e resultam infrações ou até mesmo crimes coletivos.
O futebol parece simples. Uma prática que requer dedicação e um pouco de talento. Técnica também. Três características que nem todo indivíduo desenvolve adequadamente. Somos dedicados quando nos pedem para sermos ao haver alguma retribuição por isso ou quando gostamos de verdade daquilo que estamos fazendo? Talento constrói-se ou já se nasce com ele? Aprendemos a técnica se temos tempo suficiente ou paciência como preferir. Então a gente percebe que os jogadores são sim bem inteligentes e focados. O público torcedor de um ou outro time está preparado para perder? Qual a sensação que uma frustração adquirida involuntariamente e que independe de nossa vontade traz para o nosso organismo?
Vamos analisar uma partida como se fôssemos o espectador exigente e ansioso pela vitória:
Na cultura de nosso país ignora-se o passo a passo para chegar até o gol; isto quer dizer que quem arremata é o aplaudido. Não interessa muito como se chegou a fazer o gol. Os jogadores passam a bola um para o outro em ritmos alternados. Defendem a sua área sem tirar o pé da bola. Focam em colocar o objeto dentro da rede. Sabem que a torcida espera por isso. Gostam da sensação de serem os donos do jogo. Os gritos eufóricos exclamando seus nomes lhes dão poder e mais segurança para alcançar resultados. Mas as vaias e os xingamentos os irritam a ponto de se desmotivarem por vezes. A única coisa certa é que os seus salários não serão descontados e nem seus contratos alterados. No máximo não haverá outros mais caros… O povo ajuntado e suado na arquibancada vibra e chora como se os instantes intercalados pelas interrupções do juiz fossem motivo de tristeza ou alegria. Mas a rotina individual de cada um não muda por conta de uma partida de futebol. Claro que pode acontecer de se conhecer alguém durante um jogo ou ainda ser marcado por um fato imprevisível bom ou ruim… Mas o futebol em si não é imprevisível. O ato esportivo é uma mesmice também. Ou se ganha ou se perde. Empata-se: vai para os pênaltis.
Tudo isso sendo dirigido por um técnico e uma equipe comprometida. Diferentemente da plateia que não segue um protocolo. Por isso a dor é maior e mais pesada. Torna-se fardo para os menos altruístas. Porque cada atleta possui vínculos pessoais com a família ou com a carreira. Então sempre existe alguém ou algo para alimentar ou ajudar. O torcedor egoísta não. Mal sabe driblar os adversários da sua vida. Sustenta-se na melancolia das idas e vindas. E os momentos de uma partida de futebol são para ele algo mágico e transferível. Pode ser dominado pela mulher em casa ou pela mãe… Ser escravo do trabalho ou de uma condição na qual não consegue se desvencilhar. Mas sua atenção está na hora em que a arena está armada e os lutadores rumo a uma taça a representar uma nação se encontram ali reunidos. Eles o representam. Vão digladiar para lhe transmitir algo de bom. Quem é que não deseja se sentir campeão?
Algumas mulheres praticam esse esporte. O impulso de vestir a camisa e dar tudo de si em uma partida para emanar energias positivas e fazer com que seu time saia vencedor não se compara ao valor que isso tem na vida do homem. Por quê? Reparem no aspecto físico que esse tipo de atleta precisa ter. Músculos à mostra revelando força e masculinidade. Atributos que provocam atração sexual. Uma rotina de disciplina mediada por pessoas capacitadas a dar-lhes conforto e segurança. Egos sendo reconhecidos e exaltados pela mídia que influencia as mentes menos críticas e analíticas. Contas de banco exorbitantes inalcançáveis para a maioria da população. Trajetória ascendente = sonho de muitos brasileiros. O futebol não é só a bola que é redonda assim como a Terra. Não encerra a cultura de um povo que contagia e é contagiado. Mas é uma psicologia onde recalques se transformam em orgulho nacional. Uma espécie de alquimia.


Biografia:
Professora-Conteudista e Redatora / Revisora de Textos.
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