Ando sobre uma simples ponte de madeira, observando longe o nascer do sol, com suas cores magníficas, pensando simplesmente em quando será que verei um daqueles novamente naqueles pesados dias de outono.
Sobre a terra seca e de coloração clara e escassa, as nuvens douradas no céu me causam uma náusea inexplicavel... E mesmo diante de uma guerra mental eu continuo vivo. No horizonte vejo as ondas de um mar calmo. Será que vai ser assim para sempre? Estarei para sempre perdido nos meus pensamentos? Com uma guerra sendo violentamente realizada por mim mesmo, perdido estou agora, caminhando para qualquer lugar, sem rumo nem distâncias, não me importo... A imagem tão linda que carrega-me em seus braços e conforta-me tão caridosamente, me fazendo lembrar da sensação de estar nos braços de minha mãe... Me acariciando e me dizendo que ficará tudo bem, porque sou forte.
Entro no mar, e me deixo levar, quem sabe pra onde, ou por quanto tempo. Espero ser levado para o lugar mais bonito, onde tudo comece a cessar. Acabando com angústias, mágoas e pesadelos, me levando pra onde eu sempre quis estar, no horizonte.
Com a água me cobrindo, a maré me carrega com facilidade, como se meu corpo não pesasse sobre meus pés. Eu sou aquele que sempre pensou em um motivo pra viver, e quando achei, ele morreu. E quando eu pensei que não haveria mais chances para mim, eu estava sendo carregado pela maré. Por uma simples maré, que me levou para o profundo oceano, e me carregou para a mais alta nuvem. Eu me lembro como se fosse ontem, meu corpo ia suavemente se afundando, e eu não resisti, desci até o mais profundo lugar abaixo das águas e subi lentamente, até as nuvens, com facilidade me desvendei e acabei com a guerra que me atormentava, hoje não sou ninguém mas, quando eu era vivo ninguém era mais uma palavra que também me distinguia.

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