Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Aradia Rhianon

VERÃO EM SHINLA

Sob o comando de tua voz doce
Vou descendo a escada do tempo
Talvez aquele velho perfume
Ou qualquer outro detalhe

Sinto-me como se hoje fosse
O momento inesquecível de amor
O lamento profundo de dor
De minha alma em desencanto

A inutilidade deste velho pranto
Que atravessou as eras
Sufocando-me, derrubando-me.
Fazendo rastejar pela Terra.

Tristezas do que não pude ter vivido?
Saudades do tempo consumido?
Busquei em vão por ti em minhas viagens
Não estavas em nenhum personagem.

A harmonia de tua música
Tocou para a eternidade em minha alma
Minhas lágrimas abundantes
Não foram secas pelo vento

Transformaram-se num oceano
Onde naufraguei no sentimento
Da paixão ceifada antes de imortalizada
Do amor roubado no nascedouro.

Se nos últimos cinco mil anos
Eu soubesse que ainda sofreria
E que jamais te encontraria
Pelas páginas do meu livro

Mesmo assim eu buscaria
Por ti, por teu sorriso mágico.
Que anunciava o inicio
Da primavera em Shimla

Ah! Se naquele tempo eu soubesse
Que teu canto sopraria
Em minha alma tanto amor
E dor, Ah! Se eu soubesse

Que por trás do jovem flautista
Às vezes disfarçado de florista
Eras a encarnação de Shiva
Ofertando-me a vida

E ao mesmo tempo, O Destruidor,
Mesmo assim para ti faria
Lindas guirlandas de flores
Vestiria-te com as finas peles

Das rosas vermelhas do jardim
Onde eu ficava ao cair da tarde
Esperando te ver entre os músicos
De tua companhia.

Deixei de cumprir meus votos
E me entreguei ao desânimo
Quando longe de sua presença
Este venenoso sentir

Fez-me jovem partir
Suicídio por vocação?
Autodestruição, flagelação?
Senti meu pobre coração

Aos poucos parar de bater
Na pira onde fiz minha despedida
Impregnou-se no meu olfato
O perfume de sândalo queimado.

Tua doce voz me fez despertar
Da fogueira que ainda ardia
Em minha alma.
- Chega de tanto pranto!

Não vês que desperdiças
Teu tempo?
- Ouve o choro de tua alma
Pelos séculos e séculos.

Os pés descalços a beira
Dos degraus daquela fogueira
Não eram os meus,
Aquelas faces pálidas

Eu não as tinha no verão ao sul.
Os mensageiros em vão te buscavam
Eu o imaginava perdido para sempre
Minhas vestes outrora rosa e diáfanas

Passaram por muitas mudanças
Sempre sem sorrisos sem esperança
Muitas vezes não querendo deixar
De ser criança fugi da escola

Até que cheguei a mendigar
E em pranto em dor
Só me restava pedir ao Senhor
Uma pequena esmola

Ele me ofertou um sorriso
Que me iluminou o caminho
Deixando-me sonhar com o porvir
Talvez, encontrar-te no paraíso...

O sol continua a brilhar
E assim sempre será
Como nas tardes de amor
Que vivemos em Shinla.

Quanto tua doce voz
No vento ressoar
Estarei a relembrar
- Minha flor de lótus!


Biografia:
-
Número de vezes que este texto foi lido: 59444


Outros títulos do mesmo autor

Artigos Salmo 18 Aradia Rhianon
Artigos Salmo 18 Aradia Rhianon
Artigos Salmo 18 Aradia Rhianon
Artigos SALMO 17 Aradia Rhianon
Artigos SALMO 17 Aradia Rhianon
Artigos SALMO 16 Aradia Rhianon
Poesias SALMO 15 Aradia Rhianon
Artigos SALMO 14 Aradia Rhianon
Artigos SALMO 12 Aradia Rhianon
Artigos SALMO 12 Aradia Rhianon

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 111 até 120 de um total de 136.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Pai, derrama a Paz! - Maria 59779 Visitas
Trem de Ouro - José Ernesto Kappel 59778 Visitas
Madrid:capital mundial de la pedofilia - udonge 59776 Visitas
Amor Que Não Volta - José Ernesto Kappel 59776 Visitas
UMA NOVA CONCEPÇÃO DO DIREITO - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 59776 Visitas
Abafa o Canto - José Ernesto Kappel 59775 Visitas
ELA PERFEITA - sigmar montemor 59774 Visitas
Amor da Gente - José Ernesto Kappel 59774 Visitas
Insensível - Jubergson Ferraz 59774 Visitas
Apelo - Ivone Boechat 59773 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última