A ARTE BARROCA NO BRASIL
Barroco brasileiro desenvolveu-se do século XVIII ao início do século XIX, época em que na Europa esse estilo já havia sido abandonado.
Um só Brasil, "vários" Barrocos.
O Barroco brasileiro varia de uma região para outra. Nas regiões que enriqueceram com a mineração e o comércio de açúcar – Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco -, encontramos igrejas com talhas douradas e esculturas refinadas, feitas por artistas de renome. Já nas regiões onde não havia açúcar nem ouro - como São Paulo -, as igrejas apresentam trabalhos modestos de artistas menos experientes.
Profundamente ligado a religião católica, o Barroco brasileiro está presente até hoje em inúmeras igrejas construídas em todo o pais. Mas está também em muitas outras construções, como prédios públicos , moradias, chafarizes (são construções que fornecem água a população ou servem de ornamento, fontes).
O Barroco de Pernambuco
A partir de 1759 Recife teve grande crescimento econômico. Entre suas construções barrocas mais bem cuidadas está a igreja de São Pedro dos Clérigos.
O Barroco da primeira capital do país
Na segunda metade do século XVII, Salvador era o centro econômico da região mais rica do Brasil e também a capital do país. Aí encontramos igrejas riquíssimas, como a de São Francisco.
O Barroco do Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro só viria a ter destaque econômico e cultural com o início da extração de ouro em Minas Gerais, no século XVII. Com seu porto, a cidade passou a centro intercâmbio entre a região da mineração e Portugal. Em 1763, tornou-se a nova capital do país. A partir daí, foram erguidas muitas construções.
A escultura barroca do Rio de Janeiro contou com artistas portugueses e com um brasileiro em especial: Mestre Valentim (1750-1813), tão respeitado quanto Antônio Francisco Lisboa, nosso artista barroco mais conhecido e admirado. Mestre Valentim foi também paisagista, mas suas obras mais bem preservadas são as que fez para igrejas, como a da Ordem Terceira do Carmo, a de São Francisco de Paula e a de Santa Cruz dos Militares.
O Barroco de uma região pobre: São Paulo
Fundada no século XVI, a cidade de São Paulo e seus arredores não tiveram o me desenvolvimento que outras regiões no período colonial. No século XVII, os paulistas organizaram as bandeiras e seguiram para Minas Gerais, lançando-se às atividades de mineração. Enquanto isso, São Paulo permaneceu estagnada por todo o século XVIII, e as ordens religiosas apenas ergueram modestas igrejas barrocas.
Hoje há poucas construções barrocas na cidade de São Paulo. Delas, destaca-se o conjunto formado pela igreja e pelo convento de Nossa Senhora da Luz.
As esculturas do Barroco paulista são muito simples: em razão da pobreza da cidade, nenhum artista de renome ia para lá. Por isso as imagens são, em geral, rústicas, primitivas, feitas de barro cozido.
A pintura barroca em São Paulo também traz traços de simplicidade.
O Barroco mineiro: tem início uma arquitetura brasileira
Foram os bandeirantes paulistas que desbravaram as terras mineiras, começaram a explorar ouro e pedras preciosas e fundaram os primeiros arraiais da região de Minas Gerais.
Um desses bandeirantes foi Antônio Dias, que em 1698 chegou a Vila Rica, hoje Ouro Preto.
Desde essa época, vilarejos como Mariana, Sabará, Congonhas do Campo, São João del Rey, Caeté e Catas Altas começaram a desenvolver-se e a construir seus primeiros edifícios importantes.
A arte barroca em Ouro Preto
A evolução da arquitetura mineira não foi rápida. Primeiro tentou-se utilizar a técnica construtiva paulista da taipa de pilão. O terreno mineiro, porém, é duro e pedregoso, pobre em terras argilosas. Mais tarde tentaram outros processos até chegar às construções com muros de pedra.
Com o tempo, as diversas técnicas de construção foram combinadas harmoniosamente com a rica decoração interior. Essa integração teve seu auge em Minas Gerais, com Antônio Francisco Lisboa (1730-1814).
Na pintura do Barroco mineiro destaca-se Manuel da Costa Ataíde. Sua pintura nos tetos de igrejas revela excepcional do domínio da perspectiva. Mas seu talento também pode ser visto nas telas e nos painéis pintados para as sacristias e as paredes laterais. Ataíde fez pinturas para a igreja de Santo Antônio, em Santa Bárbara, e para a igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Mariana, além da igreja de São Francisco, em Ouro Preto.
Antônio Francisco Lisboa (o Aleijadinho): o principal escultor do Barroco do Brasil
Além de arquiteto e decorador de igrejas, Antônio Francisco Lisboa foi escultor. Existem inúmeras obras suas em museus e igrejas, principalmente de Ouro Preto. Mas é a cidade de Congonhas do Campo que abriga seu importante conjunto escultórico.
Na ladeira à frente da igreja foram construídas seis capelas, três de cada lado. Em cada uma delas, um conjunto de estátuas de madeira em tamanho natural narra um passo a passo da paixão de Cristo.
Há ainda inúmeras obras de artistas anônimos espalhadas pelas diversas regiões do país, isso confirma a importância do Barroco na nossa história como um marco do início de uma arte que procura afirmar seu próprio valor.
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