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CARTA A UM JOVEM POETNA
Trinta Moedas de Ilusões Perdidas
silas C. Leite

Resumo:
O que um poeta diria a outro poeta?

“CARTA A UM JOVEM POETNA”
Trinta Moedas de Ilusões Perdidas em Alma Nau de Renúncias e Estilhaçamentos de Ser.

01)-Não tenha medo de si. Não vais viver para sempre mesmo, nem sendo falso e nem sendo verdadeiro. Então pense e se respeite. Isso é o que conta, afinal.
02)-Escreva tudo o que lhe vier na desdita. Podemos ser bem melhores e muito mais criativos quando estamos à divisa de sermos pasto pra lobos.
03)-Crie sem régua o que se lhe der na veneta. Sem regra, moral, calendário, picumã, quadrado ou esquadro. Só passe a limpo o limbo.
04)-Não segure rojões. Nem se iluda. Surpreenda-se pelo inesperado e como reages frente a isso. Crie mas não se esqueça de que às vezes a criação na muda empobrece.
05)-Sente a pua na antiga e boa canetinha Bicamarelinha. Ou na Remingtom, no notebook ou no novo Ipod que pode logo ser substituído por um chip de besta na tua mente se esmoreceres.
06)-Seja o tablete o seu cincerro sincero. Mas não dê sinais de submissão e nem de suporte de domínio. Uive e dê coices. Deus ajuda quem cedo desgruda.
07)-Salve-se sempre. Se inclua fora dessas e de outraspericlitações do baixo clero. O eixo pode ser totem de doping a varejo. Melhor viajar na batatinha e ser saquê de mixórdias.
08)-Não se caiba em nada. O ego é uma armadilha pertinente, fingindo-se de bom conselheiro. Sangre e regurgite. Um olho no pelotão de isolamento e outro na fervura da escapatória que num relance pode se materializar.
09)-Leia entreliças. No pântano da condição humana e de uma sociedade fútil, que vivas muito bem e sobressalente a tua alma nau insurgente.
10)-Seja sentir, criar, ler, pensar e escrever Poesia a tua melhor rebeldia, assim na terra como na sozinhez. Sofra mas conte os canteiros e fuja dos carneiros tosquiados. Uma andorinha só não faz nem outra andorinha, mas é liberta de si mesma.
11)-Lembre-se:Não vais sair vivo dessa, nem vai a lugar nenhum do qual não tenha a suaprópria portabilidade. Cresça e apareça. Sua arte te será no futural muito além de ti.
12)-Grite aos quatro cântaros. Tire deleite de pedra, arames de nuvens, própolis de sofrências, sendo sempre o macarrão gravatinha borboleta na feijoada da vida e acontecências...
13)-Não urines fora do penico. Se preciso for, bote o penico para correr. Ventríloquos e mágicos ainda são tachados de loucos, mas conhecem as louras e a morenas das vitórias pessoais.
14)-Se preciso, seja o cuspe no prato da terra que há de te comer, mas não terás vivido em vão ou passando recibo de ilicitudes e impropriedades.
15)-As perdas são tangíveis. Mas não nasceste para tomar conta de pedra e ela fugir. Nunca esmoreça. Mereça-se SER.
16)-Corroa as estruturas. Sejas o sal das sepulturas mal caiadas. Arte que não liberta é acomodação de partículas de luzes, não vão dar em nada, nunca.
17)-Leia Vidas. Leia livros, rios, árvores, vidros, chuvas, relâmpagos, nuvens, tulipas e flores astrais em formato de guarda-chuva de estrelas, mas tudo isso LEIA em Pessoas. Já pensou que fulgurante?
18)-Não se caiba em si. Saia-se de si. Seja especial para ti mesmo. Procura-te a ti mesmo nos outros. Coloque se no lugar da ostra, para saberes o que é bom pra viagem interior.
19)-Não deixe que te digam o que podes ou deves fazer. Seja sempre uma nova pergunta após cada resposta, missão ou ordenamento ultrajante. Cante pelos cotovelos.
20)-Entre a sombra e a escuridão, o moinho e o engenho, o carvão e o fogo-fátuo, seja o túnel do desjardim que vai irromper clarificando o desabrochar do lacre rompido e berrar humano muito além do estertor do clarim.
21)-Igreja, exército, sociedade: nau de insensatos. Procissão de quasímodos. Quem é que precisa de lesmas lerdas e de lázaros mumificados?
22)-Se preciso for, sejas a pedra no sapato das etiquetas corrompidas.
23)-Sejas o mata-burro dos imbecis com grifes-nódoas e com etiquetas de pose suturadas. Um band-aid só não faz vergão.
24)-Abençoe os fracos e oprimidos, os despossuídos, os excluídos sociais, os trecheiros, os noiteadeiros, os descamisados, os peregrinos, os humildes. Lembre-se: na casa do Pai há muitas geladas. Olho especial para os simples, abrace-os, ampare. Soe eles.
25)-Não queira ser o que sabes que não podes ser, não saberias verdadeiramente e deforma pura ser, valorizandoa espécie.
26)-Rompa com os grilhões. Perdoe os inimigos de percurso cheios de ódio, de mágoas e de neuras. Por eles, terás que ser muito melhor do que eles.
27)-Limpe-se enquanto é tempo. A arte como levitação, camarada.
28)-Ame os loucos. Deus o abençoará e o usará para confundir as metamorfoses ambulantes que se acham donos da verdade, e então, com tuas palavras manterás retesado o arco da promessa e confundirás os sábios.
29)-Por favor, não se venda. Tire a venda. Amostra grátis pura e simples é isso mesmo, Fé.
30)-Por fim, não escrevas só quando quiseres, mas também quando não quiseres, pois é na escuridão que brotam as melhores artes da ‘dorpoesia’ mais profunda, sábia e verdadeira, e são essas lágrimas que assombrarão para muito além de ti os sobreviventes do antes em embriões de sensibilidades auferidas e que também e abrirão almas, corações e mentes.
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-Texto Base Escrito Pela Primeira Vez Num Lencinho Úmido de Cerveja Preta num Barzinho Risca Faca de Beira de Estrada Que Não ia Dar Mesmo em Lugar Nenhum
-Não Arrote Grandeza. Arrote Tubaína Tutti-Frutti Mesmo se ela For de Limão
-Permitida a Leitura em Braile, em Libras ou Teatro Mambembe de Encruzilhada Cheia de Plantações de Tomates, Lágrimas e Pudim de Baunilha
-Proibindo Qualquer Ilustração. A melhor Imagem é na Sua Cabeça de Metamorfose Ambulante Cheia de Perguntamentos Lávicos em Branco
-Uma Cerveja antes, uma poesia depois, essa é a boa ideia. Lembre-se: Há Bares que Vem Pra Bem e Nem Tudo que Reluz é Fêmea ou Estrela cá Dentro
-Aposte na Loteria e Jogue fora o Bilhete premiado. Alguém há de querer ganhar e merecer mais do que a ti mesmo, que já nasceste premiado por seres o que és
-Não Afie Canivetes em Egos Doentios ou Gases Despossuídos. A pior barbárie é a civilização. Caia fora enquanto é templo.
-Viver é liquido e certo, depois, no fim, esterco inaproveitável. Águas paradas não movem montanhas. Seja a montanha além de seu limite intransponível
-Dinheiro trai felicidade. Ganheo suficiente para ser autossuficiente no seu sagrado dia de hoje. Amanhã às neuras pertencem... Pergunte ao pó
-Tire o silêncio para dançar um rock animal e dance com a solidão, que uma vida de ermitão é melhor do que uma mão na frente se a outra trai.
-Amigos são riquezas colecionáveis como tampinhas de antigas garrafinhas torneadas de Crush; são tetas de latas de ervilha ou tetas de caixinhas de leite longa vida. Arme barracos e acampe neles. A melhor barricada é estar dooutro lado, o lado certo além das cercas das aparências;nas alvissareiras trincheiras de companheiros que sonham humanismo de resultados com solidariedade aos desafortunados
-Seja sempre do contra. Até mesmo do contra o teu contra. A fogo dado não se olha o rastilho de onde a energia inicial foi potencializada
-Lembre-se: melhor uma fêmea com bustão do que uma palavra mágica que não abre-te sésamo. Ou Césio. Dai a César a xepa que é da Vila Sésamo
-Fuja do lugar em que estás. Corra risco mas pule a amarelinha do céu e do inferno em seu próprio calcanhar de frigideira e andar-de-pular-pocinhas
-Se a vida só te der um limão-rosa, brade e brigue pela vodca legitima e lance pedidos de apoio e socorro por açúcar cristal orgânico em bares nunca navegados
-Por fim, lembra-te: melhor laquê do que lacrar!
(FIM, ATÉ QUE)
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Cyber Poeta Silas Correa Leite - Estância Boêmia de Santa Itararé das Artes, Letras e Músicas
E-mail: poesilas@terra.com.br - Blog: www.portas-lapsos.zip.net
Autor de DESVAIRADOS INUTENSILIOS, Poemas e Afins. Editora Multifoco, Rio de Janeiro, 2013
Texto da Série SUTRAS ZENBOÊMICOS & OUTROS MICOS MIRABOLANTES




Biografia:
O Poeta e Ficcionista premiado Silas Corrêa Leite tem 53 anos, é de 19/08/52, da histórica e boêmia aldeia de Itararé-São Paulo, Brasil, terra de celebridades artísticas nacionais como o Maestro Gaya, Luiz Solda, Rogéria Holtz, Irmãs Pagãs, Carlos Casagrande, Regina Tatit, Jorge Chuéri, Luiz Barco, verdadeiro celeiro de artistas, portanto. Em Itararé foi bóia-fria, engraxate, vendedor de dolés de groselha preta, garçom, vendedor de jornais. Família pobre, seu pai descendente de judeu-português era acendedor de lampiões de gás e sua mãe mestiça de negro com índio. Com 16 anos ele escrevia pros jornais de Itararé (hoje é autor do Hino ao Itarareense), tinha programa na Rádio Clube de Itararé e, nos shows pratas da casa, imitava ídolos da Jovem Guarda. Por causa de uma paixão impossível, sem lenço e sem documentos em 1970 com apenas a quarta-série do primário migrou para Sampa. Sem dinheiro no bolso/Sem parentes importantes/Vindo do interior, como na balada do Belchior. Morou em pensões e repúblicas, passou fome, voltou a estudar, fez Direito, ganhou ficha nos podres porões da ditadura militar incompetente e corrupta. Sempre escrevendo, começou a participar de concursos e a ser premiado em verso e prosa, até no exterior. Ganhou alguns prêmios, (Prêmio Ignácio Loyola Brandão de Contos, Prêmio Paulo Leminski de Contos, Prêmio Mário de Andrade de Poesia, Prêmio Mário Quintana de Crônicas, Prêmio Ficção Científica e Fantástico em Portugal, Prêmio Salão Nacional de Causos de Pescadores (USP-SP), Prêmio Lígia Fagundes Telles Para Professor Escritor, etc.) Consta em dezenas de antologias literárias em verso e prosa até internacionais. Lançou um e-book (livro virtual) chamado O RINOCERONTE DE CLARICE com 11 contos fantásticos, cada ficção com três finais cada, um final feliz, um final de tragédia e um politicamente que foi um sucesso no site www.hotbook.com.br/int01scl.htm e destaque na mídia, inclusive televisa (Metrópolis, TV Band., Rede 21, Provocações). A obra, pioneira, de vanguarda e única no gênero, foi indicada como leitura obrigatória na matéria Linguagem Virtual, no Mestrado de Ciência da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina. Faz palestras e congressos, adora mais estudar e ler do que de existir (fez também Geografia, é especialista em Educação, fez várias extensões inclusive em Filosofia Para Crianças, Literatura na Comunicação, Direitos Humanos na USP, etc.) colabora atualmente com mais de 300 sites, inclusive no exterior e em países de língua espanhola. Tem três livros: Trilhas & Iluminuras, Poemas, 2000, Porta-Lapsos, Poemas 2005, e em 2006 lançará Os Picaretas do Brasil Real (Série Cantigas do Escárnio e Maldizer), estando com um livro de ficções premiadas para ser avaliado pela Travessa dos Editores de Curitiba-Pr. Antimilitarista, pela não violência, acredita na arte como libertação, como Manuel Bandeira. É considerado um humanista de resultados, sendo professor, jornalista comunitário e relator de uma ONG de Direitos Sociais. Seu site é: www.itarare.com.br;/silas.htm Sua poesia de apresentação é: Ser poeta é a minha maneira De chorar escondido Nessa existência estrangeira Que me tenho havido E-mail para contatos: poesilas@terra.com.br
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