Por John PIper
Eu nunca ouvi ninguém dizer, "As lições mais profundas da minha vida vieram através de momentos de facilidade e de conforto." Mas já ouvi grandes santos dizerem: "Cada avanço significativo que já fiz na compreensão da profundidade do amor de Deus e no profundo crescimento com Ele, vieram através do sofrimento. "
Esta é uma séria verdade bíblica. Por exemplo: "Pelo amor de Cristo sofri a perda de todas as coisas e considero-as como refugo, a fim de ganhar Cristo" (Filipenses 3:8). Paráfrase: Não há ganho sem esforço. Ou:
Deixa que tudo seja agora sacrificado,
Se com isso ganhares mais de Cristo.
Eis outro exemplo: "Embora sendo Filho, Jesus aprendeu a obediência por meio do que sofreu" (Hebreus 5:8). No mesmo livro está escrito que Ele nunca pecou (Hebreus 4:15). Assim, aprender a obediência significa mudar da desobediência para a obediência. Significa crescer mais e mais profundamente com Deus na experiência da obediência. Significa experimentar a profundidade da submissão a Deus que, de outra forma, não teria sido exigido. É isto que resulta do sofrimento. Não há ganho sem esforço.
Alexander Solzhenitsyn dá-nos um relato comovente do seu despertamento religioso através do sofrimento. O amor, a paciência e longanimidade dos crentes russos perseguidos sempre o impressionou. Uma noite, enquanto Solzhenitsyn jazia numa cama do hospital da prisão, um médico judeu, Boris Kornfeld, sentou-se com ele e contou a história da sua conversão ao cristianismo. Nessa mesma noite, Kornfeld foi agredido à mocada até à morte durante o sono. As últimas palavras de Kornfeld na Terra, escreve Solzhenitsyn, "permanecem sobre mim como uma herança." Noutro lugar diz: "Foi só quando eu estava na esteira de palha podre da prisão que eu senti dentro de mim os primeiros sinais do bem ... Deus abençoe a prisão, por ter sido a minha vida. "(Créditos para Philip Yancey, Christianity Today, Outubro, 1984).
Samuel Rutherford disse que quando foi lançado nos porões da aflição, lembrou-se que o grande Rei sempre manteve lá o seu vinho. Charles Spurgeon disse: "Os que mergulham no mar da aflição trazem para cima pérolas raras".
Será que você não ama mais o seu ente querido quando sente alguma dor estranha que faz com que você ache que tem cancro? Somos, de facto, criaturas estranhas. Se temos saúde, paz e tempo para amar, trata-se de algo escasso e precipitado. Mas se estamos a morrer, o amor é um rio profundo, moroso, de alegria indizível, e dificilmente suportamos a ideia de desistir dele.
Assim, irmãos e irmãs, "tende grande gozo quando cairdes em várias tentações" (Tiago 1:2)
Preparando-me contigo,
Pastor John
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