Escorre por seu corpo
como fagulhas da lenha
que queima
no fogo ardente
da paixão.
Envolve seu espírito
conturbado por perguntas
sem respostas que jazem
na eternidade de cinco nomes.
Passa augusto e endurecido
pelo largo da sua dor,
sem nem ao menos olhá-la,
quanto mais,
sentí-la.
Caminha ao largo
de sua angústia
como se ela fosse
uma qualquer.
Mulher sem honra!
Escorre qual água
da correnteza,
de banho de rio,
que varre tudo
sem deixar rastros.
As sobras das gôtas,
o pano do dia enxuga
sem pudor.
Desnudou sua vida,
sua história,
e foi jogada ao léu
qual trapo
sem serventia.
Talvez sirva ainda
para limpar o chão
daqueles que vomitam
suas entranhas
depois de sorver
alguns goles
de aguardente.
Fez de sua vida,
um trapo.
Na verdade,
nunca teve
importância alguma
como pessoa,
como mulher.
O que queria?
Já nem sabe mais.
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