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O papel social dos professores
Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira

Bem mais do que uma profissão,
Ser professor(a) é uma missão:
É professar o amor em sua plenitude,
É professar a verdade, os valores, as virtudes.

É professar a paz para vencer as guerras,
É professar a melhora que o planeta espera,
Pois toda mudança surge pela educação
E cada professor(a) é um(a) agente de transformação

O trabalho docente é como o do semeador
Que lança a semente no solo acolhedor.
Assim também, com as ideias, trabalha o professor,
Estimulando cada aluno a ser um pensador.

Pensadores e pensadoras, sujeitos do seu aprender:
Aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser,
Pois esses são os pilares da educação
E constituem o caminho da revolução...

Da revolução pacífica, fraterna e humana:
Na qual a justiça e a misericórdia são soberanas,
Naqual a consciência é despertada,
E nenhuma vida é ameaçada.

Ser professor(a) é ter sensibilidade,
É trabalhar a favor da humanidade,
É saber que diferença rima com diversidade
E que é preciso combater a desigualdade.

Mas são poucas as pessoas a acreditar
Que, por meio da educação, o mundo pode mudar
E é por isso que não valorizam os professores,
Preferem bajular os que são opressores.

A classe dominante sempre dita o padrão,
Da norma culta da língua até o perfil de uma profissão:
Elabora critérios pautados na exclusão,
Sem deixar espaço para críticas ou indignação.

Afinal, quem reclama é demitido,
Quem bajula é promovido:
"Manda quem pode, obedece quem tem juízo"
Então, eu pergunto: Qual é o papel do professor em tudo isso?

Para quem não sabe, ouso dizer:
Os professores são os mediadores nessa relação de poder.
Por isso, necessitamos de uma educação transformadora
Que liberte os indivíduos da mentalidade opressora.

A educação precisa ser libertadora:
Dialógica, humana, afetiva, inovadora.
Deve problematizar a realidade,
Reconhecendo o sujeito e sua historicidade.

Paulo Freire muito nos ensinou.
Sua obra, a muitos, inspirou.
Mas há quem diga ser utopia
Tudo o que Freire acreditava, realizava e dizia.

Só que eu não me calo diante disso,
Pois sou professora e assumo o compromisso
De lutar pelo que eu acredito
E, de lutar, eu não desisto!

A educação é um ato político
Que exige reflexão, ação e senso crítico.
Não é algo neutro, não é adestramento,
Não é uma mera transferência de conhecimentos.

A classe opressora sabe disso muito bem
E, por isso, trata os professores com desdém.
A sociedade, muitas vezes,não valoriza o papel dos professores
Que são vistos como impotentes sonhadores.

E assim, muitos companheiros desistem de lutar...
Até mesmo uma outra carreira precisam buscar
Para obter respeito, dinheiro, dignidade e qualidade de vida.
Mas eu me questiono: O que a nossa profissão significa?

Significa desconstruir a relação de exploração
Significa acabar com o sistema de dominação
Significa mudar o modo de produção
Significa lutar por uma pacífica revolução

No entanto, há pessoas que não gostam da profissão
E se tornaram professores e professoras por falta de opção.
A essas eu aconselho: Não multipliquem tamanha frustração
Pois vão influenciar mal os indivíduos em formação.

Canso de ouvir tanta reclamação:
"O salário mal paga as contas do meu cartão!"
Em vez de reclamar e de se sentir, economicamente, impotente,
Que tal tentar consumir de forma consciente?

Que tal praticar a sustentabilidade
Por meio da redução, da reutilização e da reciclagem?
Que tal combater o capitalismo selvagem
Por meio da colaboração e da solidariedade?

Eu reconheço que são grandes os desafios,
Que, às vezes, a vida pessoal fica por um fio,
Pois temos que sacrificar o tempo com a família
E isso afeta a nossa qualidade de vida.

Precisamos de constante atualização
Por meio de doutorado, mestrado e especialização
Para subir na carreira e aumentar a remuneração
Mas nem sempre é fácil conciliar a família com a formação.

Além disso, o desrespeito e a falta de valor
Por parte de alunos que carecem de amor,
Tornam os professores reféns da violência
E agressões são banalizadas por meio das más influências.

Eu quero dizer, ou melhor, gritar:
Eu não me conformo, isso tem que mudar!
Chega de tanta banalidade e opressão,
Os professores não são como fantoches que passam de mão em mão.

Os professores e as professoras influenciam opinião
E podem alterar o rumo de uma nação.
São verdadeiros(as) revolucionários(as) a lutar
Para que o povo possa se emancipar.

Os anos que passamos na universidade
Nos ajudam a compreender a nossa realidade,
Nos fornecem os meios para mudar a socidade
E lutar por paz, equidade e liberdade.

Portanto, aos professores e às professoras,
Do meu amado e belo país,
Eu digo: Libertem-se da mão opressora,
Temos de aprender a ser feliz.

Combatam o bom combate
De vencer as dificuldades pela fé.
Quem crê em Deus, não se abate
E, diante das tormentas, fica de pé.

Lembrem-se de quem é o Mestre maior,
Lembrem-se de que, com Ele, somos um só.
Seguimos juntos na caminhada
Para a mais significativa das jornadas.

Trabalhamos com o ser humano,
Ajudamos a formar pensadores.
Pela verdade, vencemos os enganos.
Por amor, somos professores.

Ass.:Professora Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira


Biografia:
Maria Cleide da Silva Cardoso Pereira nasceu em Belém do Pará, em 1980. Desde cedo, demonstrou sua paixão pelas artes. Apreciava ficar longas horas na sala de leitura de sua antiga escola e gostava de interpretar e de participar de concursos de desenhos. Atriz amadora, professora de Língua Portuguesa e poetisa. Atuou no teatro infantil com as peças: "O papagaio de volta para casa" (1999), na qual foi atriz e produtora musical, e em " Tirando onda das férias" (2010), na qual foi roteirista e manipuladora de bonecos. Em 2000, iniciou a graduação em Letras pela Universidade Federal do Pará. Já em 2005, o foco passou a ser a pós-graduação, o MBA Corporativo de Consultoria Avançada em Gestão de Pessoas, da Faculdade Ideal em parceria com a Estratego. Atuou no programa menor aprendiz da Associação Proativa do Pará e foi instrutora do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. O ano de 2007 foi muito significativo, pois foi o ano em que a professora Maria Cleide passou a lecionar nas prisões. Seguindo a concepção freireana, a "professorinha", como era carinhosamente chamada por seus alunos, colocou em prática os princípios de amor, solidariedade, superação e esperança. Criou, também, a personagem Beijoca e toda a sua turma para animar as visitas infantis nas brinquedotecas das penitenciárias. Atualmente, reside na Cidade Modelo, Castanhal, onde leciona Língua Portuguesa na Escola Latif Jatene e atua como instrutora do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Participa dos seguintes sites literários: Autores.com.br, Recanto das Letras, Poetas del Mundo, O Melhor da Web, Mar de Poesias, Luso Poemas, Texton e Portal Cá Estamos Nós.
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