Sou carioca, nasci assim. Como eu, só há 6,3 milhões no mundo. Destino ou acaso, um caso de amor profundo.
Com mate e biscoito Globo, o tempo todo. Na onda, o doce balançar, da espuma gelada do chopp e da clara espuma do mar. Sou da gema. É fácil fazer poema. Difícil é não apreciar a beleza natural, que se diverte com o patrimônio cultural. Deslumbra e inspira. Os encantos são mil: naquele abraço do Gil ou de braços abertos no cartão postal. Sempre alto astral, na agitação do Rio 40 graus.
A alma canta, vejo o Rio de Janeiro, estou morrendo de saudade... No som, transformaram a garota do Tom/Vinícius em sucesso mundial. Um dom. Criaram o corpo dourado, eternizaram o sol de Ipanema. Lugar da elegância, do estilo, do charme. Muito bacana!
Lembrei da princesinha Copacabana, que se tornou universal pelo mar e única no réveillon. Lá morei e namorei, tomando água-de-coco no calçadão. Depois, casei e mudei. Para a Lagoa. Ah... uma pintura! Diariamente vale a pena admirar, melhor até caminhar.
E recordar o imortal Machado, da Academia; o abusado Garrincha, a alegria do povo, que entortava os "Joãos". E falando em alegria, povo e João, aquele nota 10, que tinha Trinta como apelido, e que nem carioca era, reinventou o novo, transformou o lixo em luxo. E era ovacionado na passarela.
Tanto na avenida como na torcida: emoções fortes, polêmicas maiores. No Maraca, vibração com o meu Mengão, vitorioso também no Engenhão. Time do coração, sem comparação. Quero cantar para o mundo inteiro a alegria de ser rubro negro... e orgulho de ser carioca!
Ser carioca é andar com sandália em qualquer lugar. É sair à noite de bermuda. É contrariar o vento nas ruas tranquilas da Urca, meditar na Floresta da Tijuca, admirar a vista do Arpoador, andar de bike na chuva, curtir o silêncio do Jardim Botânico, esquecer da vida nas areias do Leblon. É encontrar o riso em cada esquina, o churrasco em cada domingo, a pelada em cada rua. É ser acolhedor e sonhador. Otimista e intimista. É viver a tradição e ferver na ebulição.
Rio de Janeiro: a capital sorridente. No Catete, o legado de cada presidente. Naquele tempo, nenhum carioca. Dois Fernandos assumiram no Planalto. O primeiro, Collor de Melo, deixou o Palácio ausente. O outro, mais recente, Henrique Cardoso, foi eleito novamente.
Histórias também não faltam na noite da Lapa, nostalgia de um passado não tão distante; hoje cada vez mais pulsante. Em Santa Tereza, os inesquecíveis bondes levavam o ilustre passageiro, de belo tipo faceiro, salvo pelo Rum Creosotado. Transportes comportados, nos anos dourados. Memórias do Colégio Militar e do Instituto de Educação, época do pedido da mão. Nos bares da vida, o garçom fazia o favor de trazer depressa, uma boa média que não fosse requentada... quanta nostalgia!
Hoje, há o Alto Leblon e o Baixo Gávea. Do alto da janela, o arco-íris contrasta com a favela. Se Paes é a atual esperança, temos que ter muita paz e confiança. E eternamente agradecer ao português Estácio, merecidamente homenageado com nome de bairro, estação do metrô e nas escolas: de samba e de formação.
Seria injusto selecionar um local para destacar. O Rio de Janeiro continua lindo... Uma cidade maravilhosa para viver e visitar, para os mais exigentes agradar. Foi aqui onde escolhi morar. Foi aqui que conheci minha alma gêmea e meus gêmeos nasceram. É aqui que o passado agradece, o presente acontece e o futuro promete.
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Biografia: Jornalista / Cronista / Editor de livros
Formado há mais de 20 anos, é jornalista, publicitário, pós-graduado em marketing pela FGV e pela ESPM.
Ao longo da carreira, foi homenageado em quatro livros e por várias publicações especializadas. Também recebeu os seguintes reconhecimentos profissionais: “Prêmio Adolpho Bloch de Jornalismo”, “Medalha de Mérito Pedro Ernesto”, “Prêmio Homem de ação, homem de valor”, “Moção de Louvor”, “Honra ao Mérito”, “Certificado de Excelência”, "Moção de Louvor-Embaixador da Paz no Mundo", "Medalha Albert Sabin/Direitos Humanos", "Dignidade e honra ad immortalitatem - Acadêmico Correspondente e Grande Chanceler da Academia de Artes, Ciências e Letras".
O ALEF News/comunidade judaica, veículo que dirige desde 1995, com 45 mil leitores em 40 países, foi qualificado pela ONU como “fonte de referência séria para veículos nacionais e internacionais”. Entre os veículos que frequentemente reproduzem reportagens publicadas no ALEF News está o francês "Le Monde".
Ele iniciou sua vida profissional na Rede Manchete de Televisão, quando a emissora ainda era dirigida por Adolpho Bloch. Durante muitos anos, atuou como jornalista econômico, quando entrevistou autoridades e destaques empresariais, e também, por longo período, trabalhou no Departamento de Marketing/Comunicação do Citibank, época em que o banco foi agraciado várias vezes com o "Marketing Best" e o "Prêmio Colunistas".
Atualmente, edita livros/sites/jornais, produz conteúdo para veículos impressos/digitais e é professor de comunicação/marketing, além de frequentemente ser convidado para proferir palestras e apresentar programas televisivos. Desde 1995 é sócio-fundador da MW Comunicação, empresa que desenvolve projetos jornalísticos e editoriais. |