Nada mudou.
Continuo
a mesma pessoa.
Continuo pensando
o mesmo sobre nós.
Continuo
gostando
de você.
Como amigo,
como um amigo
muito especial.
Na distância,
as coisas, as pessoas
se tornam mais queridas.
Cheguei ontem.
Voltei de dentro de mim.
E lá, dentro de mim,
fiz descobertas.
Escrevo isso,
porque você sempre
me disse para escrever
e falar tudo o que sentia
e o que pensava também.
Penso em você.
E sinto que te gosto.
Como você sabe,
minha vida mudou.
E você sabe isso
melhor do que ninguém.
Melhor do que eu mesma.
E devo dizer:
A cada dia ela
fica mais bonita.
Desculpa não ter
me despedido de você
de um jeito carinhoso.
Acho que você percebeu
que eu não estava
nos meus prumos outra vez.
Amigos percebem essas coisas.
Espero que entenda isso.
Sabe como me sinto
sobre esses quatro dias
que passamos juntos?
Era como se eu tivesse
vivido num paraíso
por quatro longos
e maravilhosos dias.
E, derepente, assim,
repentinamente, fui jogada
para fora dele, para o mundo.
Um mundo, hoje,
solitário, sem luz e sem vida.
Porque falta alguma coisa.
Falta você, sua mão amiga.
Estou com saudades
daquela mesa de pedra
e daquele banco perto
do pé de caqui, onde
a gente passava
as manhãs conversando.
Mas de tudo,
o que mais sinto saudades
é de você.
Queria tanto falar contigo.
Ter você meigamente
recostado em meu colo
sendo por minhas mãos
acarinhado e feliz,
ouvindo o que tenho para contar.
Tenho tanta coisa para falar,
tantas poesias, tantas canções
e tantas histórias
para contar a você.
Me escreva.
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