Quando a noite
Vem de mansinho
E revejo o dia que foi.
Balanços!
Hora
De balanços!
É possível fazê-los
Nos dias de hoje?
Acho que meu dia
Foi como
O dos pássaros
Após longo voô.
Voei.
Abri asas
E fui nas ondas
Do tempo.
Levada pela ânsia
De viver intensamente
Cada momento.
Mas quase não vivi.
Sinto que morri.
Parte de mim se foi,
Parte de meus dias
Se foram.
E não voltam mais.
Ah, quando penso
Que a vida
Se revolve em sopros
De luzes e de trevas.
E que cada instante
Sorvemos parte do que vive
Ao nosso redor.
Olho o mundo
A nossa volta
E me dói a alma
Com tanta dor.
Em cada canto da estrada
Um novo descobrir
De desilusões.
Acho que mudei
Nestes
Últimos instantes.
Como pode?
Já me arrependo
De tanta coisa
Que fiz.
E não me arrependo
De tanta coisa
Que fiz.
E talvez
Amanhã,
Nem prá contar
Não esteja mais aqui.
E termina o dia.
E a noite já
Avançou no tempo.
E para mim
Vale a reflexão:
Amanhã é mais um dia.
Dia de decisões.
E deixa para amanhã
Porque hoje
Ainda quero
Ser feliz.
Deixa para amanhã!
Maria,
Deixa sempre para
Amanhã!
E assim,
Digo a mim mesma:
Boa noite Maria!
Durma com anjos!
Durma feliz!
|