A lei é a força do pecado (I Cor 15.56), não porque seja cooperadora do pecado, mas em razão da malignidade do pecado que habita no homem e que o leva a estar debaixo da condenação da própria lei, que lhe fora dada para o seu bem, e não para o seu mal.
Mas para aqueles que têm vencido o pecado, e que morreram para o pecado, por meio da fé em Cristo, a lei é amada, e é santa, espiritual e boa, e o mandamento, santo, justo e bom (Rom 7.12,14,16).
A lei revela portanto o quanto somos pecadores por natureza, e em contraste com isto, o quanto o nosso Deus é santo e justo por natureza.
A lei diz não cobiçarás, e passamos a entender que a cobiça pecaminosa não está em Deus e não é aprovada por Ele.
A lei então nos ajuda a ver que a cobiça está em nós e deve ser removida pela mortificação da carne, pelo Espírito.
Assim, os dez mandamentos, expostos neste capitulo vigésimo de Êxodo, são uma súmula de toda a lei moral, e bem poderíamos chamá-los de Constituição da lei moral, que é regulamentada em toda a Bíblia, pela especificação e detalhamento destes dez grandes mandamentos.
O primeiro mandamento é “Não terás outros deuses diante de mim”, e assim é proibido toda sorte de superstição, politeísmo e ateísmo.
O segundo mandamento é uma extensão do primeiro, e proíbe a adoração de ídolos em imagens de esculturas, representando qualquer criatura da terra ou dos céus, ou de qualquer ser que haja em cima nos céus, ou embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Isto inclui a representação em imagens do próprio Deus, como haviam feito os israelitas no deserto, com o bezerro de ouro, dizendo que representava os deuses que haviam libertado Israel da escravidão no Egito.
O terceiro mandamento proíbe o ato de tomar o nome de Deus em vão, ou seja, carregar o nome do Senhor, de se pertencer a Ele, e não viver à altura de tal vocação.
O quarto mandamento ordena a santificação do dia de sábado, como um dia separado em cada sete, para celebrar a Deus como Criador.
O quinto mandamento ordena a honra devida aos pais.
O sexto mandamento proíbe toda forma de assassinato, e subentende o dever de se esforçar para preservar a vida do nosso próximo.
O sétimo mandamento proíbe o adultério, e subentende toda forma de fornicação.
O oitavo mandamento proíbe toda forma de furto.
O nono mandamento proíbe toda forma de falsidade, especialmente considerada no testemunho falso com o intuito de prejudicar o próximo.
E finalmente o décimo mandamento proíbe toda forma de cobiça, especialmente aquela que é dirigida aos bens do próximo.
Como pode ser observado, apenas os quarto e quinto mandamentos não consistem de proibições, como os demais.
Isto é uma indicação de que há uma inclinação natural em toda pessoa a praticar aquilo que é contrário à vontade Deus. Daí as proibições expressada em forma de mandamentos.
Esta tendência da natureza decaída no pecado deve ser tratada e vencida para que se possa então praticar e viver tudo o que é ordenado na Lei.
A Lei aponta portanto para um padrão perfeito de retidão, baseado na pureza divina.
Assim, olhando para aquilo que somos e aquilo que a lei exige, nós podemos ser conduzidos à humildade e ao arrependimento, especialmente se houver um trabalho de convencimento do pecado operado pelo Espírito.
Pela Lei nós podemos entender que Deus é nosso Criador, Pai e Senhor, e deve receber de nós, temor, amor, reverência e glória.
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