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A CARONA
EMANNUEL ISAC

Resumo:
Miguel resolve visitar a mãe no interior da Bahia, mas uma surpresa o aguarda no meio do caminho...


          Já fazia algum tempo que Miguel não visitava sua mãe na cidade de Santo Estevão, interior da Bahia, por esta razão, decidira que naquele ano, iria tirar uma folga para fazer uma surpresa a dona Eulália.
          No final de semana seguinte, fizera a revisão no carro, um opala setenta e oito que ele cuidava com tanto zelo, que chegava a ser irritante para os amigos mais próximos; deixara de sair várias vezes com os amigos por que precisava ajeitar o “palhinha”, nome que dera carinhosamente ao carro, única lembrança do seu falecido pai e que recebera como herança.
          Preparou as malas e as jogou no banco traseiro do bendito carro e traçou o percurso rumo à Santo Estevão. Parou em alguns postos para reabastecer e comer algo, procurando perder o mínimo de tempo possível, pois queria chegar no dia seguinte.
          Ao parar a noite para jantar, já nas mediações de Milagres, cidade que antecedia Santo Estevão, procurou saber do vigia do posto de gasolina se a estrada era segura para continuar viagem noite a dentro. O vigia respondeu que era melhor ele procurar um lugar para passar a noite pois, ultimamente rondava a estória de uma mulher que surgia na frente dos carros no meio da pista, provocando acidentes. Miguel perguntou se alguém já tinha tomado alguma providência, na certa, esta mulher só podia ser uma andante maluca! O vigia tratou de lhe explicar que já tinham tentado localizar a mulher nas que ninguém sabia onde encontrá-la.
          Bem! Santo Estevão fica a três horas e meia de viajem daquí, se eu sair agora, chego antes das quatro da manhã – analisou olhando o relógio em seu pulso. Ignorando as recomendações do vigia, Miguel entrou no “palhinha” e seguiu viajem. Era quase meia-noite quando saiu do posto, pegando a BR-116. Pisava fundo no acelerador, o som alto, fazia com que o sono fosse embora. Depois de algum tempo, suas pálpebras começaram a pesar sobre os olhos e o sono a persistir em chegar; balançou a cabeça, esfregou os olhos, gritou consigo mesmo, mas o cansaço foi mais forte!
          Fechou os olhos por um centésimo de segundos, abrindo-os no susto logo em seguida ao mesmo tempo em que avistava uma mulher fazendo sinal com as mãos no meio da estrada. Miguel puxou o volante para a esquerda em um reflexo surpreendente, ao mesmo tempo em que pisava no freio, fazendo o carro parar a uns cinco metros adiante, deixando um risco e cheiro de borracha queimada na pista!
          Miguel com o coração quase que saindo pela boca, respirou bem fundo e olhou pelo retrovisor interno à procura da mulher; não viu ninguém! Olhou pelo retrovisor externo do lado direito do veículo e quando se preparava para olhar do outro lado, a mulher surgiu batendo no vidro:
          - Pode me dar uma carona? - Miguel com o susto que tomou, de um salto parou no banco do carona – estou indo para Feira de Santana – continuou ela. Miguel se refazendo do susto, lembrou das palavras do vigia, mas aquela mulher bem arrumada e com uma mochila nas costas, fugia totalmente à descrição que o vigia lhe dera da “tal maluca”. Ainda meio desconfiado Miguel voltou para o assento do motorista enquanto a mulher dava a volta no carro. Abriu a porta do carona e a mulher se ajeitou jogando a mochila no banco traseiro:
          - Graças a Deus você parou!
          - Na verdade, eu fui que “meio obrigado” a parar; eu quase que passo por cima de você! - observou Miguel:
          - Mas ainda bem que não! - respondeu ela.
          - Desculpe..., mas qual é mesmo seu nome? - perguntou Miguel estendendo a mão para ela;
          - Ana! E o seu?
          - Miguel! Disse ele com um sorriso dando a partida no carro e voltando à estrada;
          - O que fazia em uma estrada deserta como esta, a essa hora Ana?
          - É a melhor hora para se viajar a pé! Não tem sol forte, pouquíssimos carros na pista e eu, me sinto mais à vontade!
          - Mas também, muito perigoso, não acha?
          - Um pouco, mas não para mim!
          - Não para você, como assim? - perguntou Miguel com um certo assombro no olhar:
          - Eu já estou acostumada com a estrada e sei cuidar muito bem de mim! - Miguel e Ana passaram as próximas duas horas jogando conversa fora, até que ele se aproximou da entrada de Santo Estevão:
          - Estamos chegando no entroncamento de Santo Estevão e Feira de Santana, vou parar e comer mais alguma coisa no posto, e você? - perguntou ele para ela:
          - Se não for te atrapalhar, só quero que me deixe em algum lugar que eu possa tomar um banho e descansar um pouco – pediu ela.
          - Existe uma pensão ao lado do posto para onde vou, posso te deixar lá!
- Tudo bem! - aceitou ela a sugestão de Miguel.
          Miguel manobrou o veículo e estacionou na entrada da pensão. Ao sair do carro, Ana abaixando-se na janela, lhe fez um convite:
          - Você não quer ficar e descansar também? Miguel surpreso com aquela proposta, disse:
          - Seria bom, mas eu quero chegar na casa de minha mãe o mais cedo possível, para lhe fazer uma surpresa.
          - Mas não seria surpresa qualquer horário que você chegasse? Você mesmo não me falou que ela nem espera por você? - Miguel parou para pensar no que Ana lhe falara e disse:
          - É verdade! Bem que eu quase te atropelei por cochilar no volante. Você me convenceu! Vou ficar um pouco e descansar também! Desligou o carro e entrou na pensão com Ana.
          Já dentro da pensão após tomarem banho, Miguel se ajeitou no pequeno sofá, enquanto Ana se acomodou na cama. Miguel já estava a cochilar quando sentiu a mão de Ana percorrendo seu corpo indo parar sobre seu membro. Abriu os olhos e viu quando ela fez sinal de silêncio para ele, ao mesmo tempo que abocanhava seu pênis a esta altura, já enrijecido!
          Miguel fechou os olhos novamente e viajou naquela sensação de êxtase e prazer. Levantou-se e fez Ana deitar de bruços, fazendo ela escarrapachar em sua frente deixando à mostra somente a abertura de sua vagina com aquele filete bem fino de pêlos, em uma posição realmente atrativa. A penetrou de uma única estoca deixando de fora somente o saco escrotal, fazendo com que Ana saltasse um grito, não de dor, mas de prazer! E ficaram assim, em uma troca constante de posições madrugada à dentro, que os fizeram gozar mais de três vezes.
          Pela manhã, Miguel levantando-se, falou para Ana:
          - Preciso prosseguir viagem.
          - Eu também preciso pôr o pé na estrada! - respondeu ela para ele;
          - Esculta! - continuou Miguel – eu estou de férias e devo passar uns vinte dias aqui em Santo Estevão, porque não fica comigo? Eu garanto que vamos ter vários momentos mais prazerosos que este, onde eu vou explorar cada parte desse seu corpo gostoso, e depois a gente ver no que vai dar - propôs Miguel passando as mãos pelos seios e vagina de Ana. Ana olhando para ele, respondeu:
          - Tempo para passar comigo, você vai ter até de sobra e eu adoraria! Mas não sei se você vai continuar comigo depois que eu lhe mostrar algo!
          - Tempo de sobra com você? Me mostrar algo? Tem alguma coisa de errado com você? - quis saber Miguel;                                                      
          - Não! Só quero que você me leve em um lugar – disse ela para Miguel levantando-se e vestindo suas roupas.
     Miguel meio que preocupado com aquela atmosfera de suspense, vestiu suas roupas também e os dois desceram as escadas do primeiro andar da pensão, sem falarem mais nada!
          Após entrarem no carro, Miguel perguntou para Ana onde ela queria que ele a levasse. Ela pediu que ele voltasse pela estrada onde eles se conheceram. Miguel quis saber o motivo, mas Ana falou que quando chegasse no local exato, ela mostraria a ele a razão de seu pedido.
          Miguel acelerou mais ainda o carro e em pouco tempo, se aproximou da curva onde quase atropelara Ana. Avistou uma aglomeração de pessoas, carros da Polícia Rodoviária Federal, duas ambulâncias e foi diminuindo a velocidade do “palhinha”, quando percebeu que algumas daquelas pessoas eram conhecidas suas.
          - Não estou entendendo! - falou para Ana;
          - Há um ano atrás quando caminhava pelo acostamento da pista, eu fui atropelada por um motorista que dormiu ao volante, assim, como você desde então, sigo pela estrada tentando chegar ao meu destino – respondeu ela pedindo para ele parar o carro;
          - Mas como chegar ao seu destino? Você não está indo para Feira? - indagou ele, parando o veículo. Ana saiu do carro e o chamou para acompanhá-la. Miguel saiu do veículo e começou a passar por entre a multidão, quando chegou à beira da pequena ribanceira e olhou para baixo. Reconheceu seus irmãos e sua mãe aos prantos, sentados ao lado do que parecia ser um carro, todo amassado, que lembrava o “palhinha”. Olhou para Ana sem saber o que falar, ela por sua vez, desceu a ribanceira puxando ele pelas mãos. Ao chegar perto de onde estavam seus irmãos e sua mãe, pode ver um lençol cobrindo um corpo; Miguel começou a tremer. Ana abaixou-se e olhou para ele; suspendeu o lençol e Miguel pode ver seu próprio corpo ali; Miguel deu dois passos para trás com os olhos arregalados olhando para Ana, ela segurou o seu braço e mostrou a ele em um relance de tempo, o que ocorrera: Ele adormecera no volante e saiu da pista indo parar naquele lugar, morrendo na hora! Miguel pode ver quando Ana chegou no veículo e abriu a porta puxando ele pelas mãos, o conduzindo de volta até posto, retomando o trajeto até quando achara que iria passar por cima dela. Miguel fez um esforço para se livrar das mãos de Ana e afastando-se dela, começou a falar:
          - Não pode ser, eu estou aqui com você, eu..., não morrí..., isso é impossível...; Ana disse:
           - Eu também pensei que era impossível, mas eu também estou aqui com você agora; nós dois estamos MORTOS!!!
     

                                                           EMANNUEL ISAC
                                          

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