Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
A ÁRVORE DOS DESEJOS
EMANNUEL ISAC

Resumo:
Manoel, após perder família e emprego, decide por um fim à própria vida, quando encontra uma árvore onde pode realizar todos os seus desejos...

Manoel já não suportava mais viver naquela situação; desempregado há sete meses, a casa penhorada, sem comer direito há dois dias e para piorar a situação, a mulher havia lhe deixado.
          Decidira que iria por um fim em sua vida; entrou no bosque e seguiu em direção da cachoeira da morte. Na verdade, seu nome era cachoeira da bela vista, pois ficava no alto do bosque, de onde podia se avistar todo o vale lá embaixo e um por do sol maravilhoso. Ganhara o apelido de cachoeira da morte, justamente por diversas vezes, pessoas já terem pulado de seu alto, para a morte.
          Chegou no alto da cachoeira e olhou para baixo; respirou fundo e quando deu o primeiro passo para a beirada, ouviu uma voz:
          - Psssiiiiu! Ei!...., - Manoel parou abruptamente, olhando para os lados;
          - Minha situação é tão miserável, que agora estou ouvindo vozes! – pensou consigo mesmo! Quando ia dar mais um passo, a voz:
          - Pssssiiiiiu! – Manoel olhou para trás e petrificou com o que viu; lá estava encostado em um velho carvalho com os braços cruzados, uma criatura que lembrava um homenzinho e não passava de uns oitenta centímetros de altura, de cara vermelha com um pequeno chifre no meio da testa, orelhas verdes pontiagudas, olhos amarelados e o corpo amarronzado:
          - Vai fazer isso mesmo, sem ganhar nada em troca? – Manoel ficou olhando aquele ser estranho com os olhos arregalados, sem acreditar;
          - Que desperdício de vida! – começou a criatura – podendo ter tudo na vida, e querendo se matar!
          Manoel fechou os olhos por duas vezes, na intenção de não mais ver aquela coisa bizarra em sua frente mas, lá estava ele, agora com o que parecia ser uma prancheta em suas mãos;
          - Você é um homem de sorte!
          - Sorte? – finalmente Manoel conseguiu falar – você deve estar maluco! – esbravejou ele – não existe mais razão nenhuma para eu viver..., - Manoel começou a relatar a desgraça que acontecera sobre ele nos últimos sete meses. A criatura só respondia:
          - Hãã, hãã..., sei..., é normal...,
     Quando Manoel terminou com aquela enxurrada de queixas, o ser virou para ele e falou:
          - Você já desejou alguma coisa com vontade mesmo?
          - Como assim com vontade? – Repetiu Manoel:
          - Ter alguém ou algo na vida, “SEM SE IMPORTAR COM O DEPOIS”? – o ser frisou bem as palavras, olhando para Manoel com um brilho estranho nos olhos amarelados e um sorriso sinistro no canto da boca:
          - Desejar, todo mundo deseja; mas acontecer, virar realidade, é que é o problema! – respondeu Manoel:
          - Não seja por isso! É só colocar as duas mãos nesta árvore, e desejar qualquer coisa! – deu o lado para a árvore, ao mesmo tempo que dava passagem para Manoel passar. Manoel achou graça e riu daquele ser:
          - Já é estranho eu estar tendo esta conversa com um..., um..., o que é você mesmo? – perguntou Manoel:
          - Apenas um resgatador de vidas!
          - Com essa aparência? - Retrucou Manoel:
          - Não se deixe levar pela minha aparência! Eu apenas estou te dando a chance de mudar essa sua vida miserável! Você é quem decide se quer mudar ou não! – E começou a assobiar. Manoel começou a caminhar em direção da árvore e ao passar pela criatura de orelhas pontudas, olhou para baixo e falou:
          - Não tenho mesmo nada a perder!
          - Isso mesmo! – Sussurrou o ser. Manoel pôs as duas mãos sobre o tronco do velho carvalho:
          - Quero minha esposa de volta! – Falou ele com os olhos fechados:
                  - Pronto! – Respondeu o ser bizarro indo parar ao lado de Manoel;
          - E agora, é só isso?- Quis saber ele;
                     - Não foi o que você desejou? Volte para casa e espere!
                     - Esperar? E se não acontecer?
                     - Meu negócio nunca falha..., pegou a prancheta e começou a escrever nela. Manoel começou a voltar pelo caminho, quando ouviu o ser lhe gritar:
                  - Querendo outra coisa, é só vir e bater na árvore três vezes – fechou a mão e demonstrou para Manoel o jeito – que eu venho falar com você! – deu a volta no carvalho e desapareceu! Manoel ficou ainda uns cinco segundos olhando para a árvore, para depois ir embora.
Chegou em casa, tomou um banho e sentou-se depois no sofá em frente à televisão. Ainda estava a matutar a respeito daquele ser estranho, quando a campanhia da porta tocou; esperou mais um pouco e foi abrir a porta. Para sua surpresa, lá estava sua ex-esposa, em sua frente com duas malas no chão da porta:
                  - Oi! – disse ela sem jeito;
                  - Oi! – respondeu ele quase engasgando com a própria saliva;
                  - Posso entrar e falar com você?
                  - Cla..., claro..., me desculpe..., deixe que eu pego as malas! – Manoel pegou as malas, enquanto ela entrava na casa:
                  - Me desculpe aparecer assim de surpresa mas, não tive como falar com você antes!
                 - Tudo bem! Houve alguma coisa com você – quis saber Manoel:
                 - Minha irmã Nina..., que morava em Santos..., ela..., morreu!
                 - Morreu? Mas, quando foi isso?
                 - Nesta manhã! Me telefonaram e eu não sei o que me aconteceu que eu senti uma saudade tão forte de você, e..., quis voltar! – Disse ela. Manoel lembrou-se que foi naquela manhã que teve a conversa com aquela estranha criatura. Abraçou a mulher, e não falaram mais nada!
          Na manhã seguinte, Manoel saiu bem cedo de casa, queria voltar ao lugar do dia anterior. Chegou ao lado da árvore e bateu conforme o ser lhe ensinara; esperou mais um pouco e tornou a bater mais forte! Sentiu um cheiro horrível e pôs as mãos no nariz e na boca, com ânsia de vômito, fechou os olhos. Ao abri-los, lá estava em sua frente mais uma vez, aquela coisa bizarra a observá-lo com um sorriso entre os dentes podres e pretos:
          - O que deseja? – Perguntou a Manoel:
          - Você teve alguma coisa haver com a volta de minha mulher? – Interrogou-o:
          - Tudo o que aconteceu, foi apenas o seu desejo ter sido realizado! Sua esposa está com você agora!
          - Sim, mas..., - Manoel ia falar sobre a morte de sua cunhada, mas a criatura lhe interrompeu:
          - Você precisa de dinheiro para cuidar dela, não? Afinal, foi por este motivo que ela te deixou! – Manoel parou no tempo! Olhou para aquele ser que lhe observava com um olhar maléfico nos olhos, e falou:
          - Realmente eu não tenho um tostão no bolso!
          - Não tem porque não quer! A árvore está ao alcance de suas mãos! – Respondeu a criatura apontando para o velho pé de carvalho. Manoel se dirigiu lentamente até a árvore e colocou as duas mãos sobre o seu tronco:
          - Preciso de dinheiro urgente! É o que desejo! – Falou para a árvore com convicção:
          - Que a árvore realize o seu desejo! – Falou a criatura!
          Manoel voltou para casa pensando de qual forma, ele iria conseguir o dinheiro; desempregado, falido, nome sujo na praça; realmente precisava de um “milagre”. Ao abrir a porta, encontrou Vânia, sua esposa, sentada na sala com um papel na mão:
          - Acabou de chegar pra você! – Entregou para Manoel o papel. Manoel olhou e viu que se tratava de um telegrama. Abriu e ao acabar de ler, começou a tremer, segurou nas mãos de Vânia e sentou no sofá;
          - O que houve Manoel? – Indagou ela. Ele sem conseguir falar, entregou-lhe o telegrama:
“INFORMAMOS A V.Sa. O PRAZO DE SETENTA E DUAS HORAS PARA A ASSINATURA DO RECEBIMENTO DO VALOR DEVIDO, REFERENTE AO PROCESSO DE Nº 134.057”. Vânia acabou de ler o telegrama e olhou para Manoel:
          - Estamos ricos! – gritou ele.
          - Como assim? Qual é o valor que você tem de receber? – Perguntou ela:
          - De dois milhões de reais! – Manoel abraçou Vânia e lhe beijou. O clima já estava começando a esquentar entre eles, quando o telefone tocou:
          - Não vai atender?
          - Deixa tocar! – Respondeu Manoel, reiniciando as carícias em Vânia; o telefone persistiu:
          - Acho melhor ir atender! Depois a gente continua. – Falou ela saindo dos braços dele. Contrariado, Manoel levantou e foi atender o telefone:
          - Alô?...,
          - Sr. Manoel Costa?
          - Sim, é ele.
          - Aqui é do hospital Almeida Amaral. Lamentamos informá-lo sobre o falecimento de seu irmão Josué Costa!
          - Como assim? – Perguntou Manoel ainda atordoado pela notícia;
          - Houve um atropelamento hoje em um ponto de ônibus com cinco pessoas atingidas, seu irmão foi uma das vítimas e infelizmente, a única fatal! Tentamos de tudo mas... – Manoel começou a tremer;
          - Pode me precisar a que horas foi este acidente?
          - Por volta das nove horas da manhã de hoje! Por que a pergunta? – Manoel encostou-se na parede e deixou o telefone cair ao chão; lembrou de ter olhado para o relógio em seu pulso; marcava exatamente nove horas, quando encostou as duas mãos na árvore desejando ter dinheiro. Seria muita coincidência seus desejos acontecerem seguidos da morte de alguém próximo a ele. Vânia se aproximou colocando o telefone no gancho, após verificar que já não tinha mais ninguém no outro lado da linha:
          - Meu irmão, morreu! – Disse ele escorregando pela parede até o chão...
          Mal dormira naquela noite, pensando naquele ser bizarro e na árvore. Como é que dois desejos seus se realizaram tão rapidamente e seguidos de duas mortes? As perguntas martelavam sua mente:
          - Tenho que fazer um teste! – falou baixinho para não acordar Vânia; levantou e saiu na ponta dos pés sem fazer barulho.
Teve dificuldades para encontrar o caminho no escuro, ao chegar até a árvore, pode notar um fogo no tronco velho do carvalho, que lembrava um vermelho sangue. Parou um pouco distante mas pode perceber quando alguns seres parecidos com o que falava com ele, de cores preta, vermelha, com dois chifres na testa, uns com rabos cuja ponta era como a cabeça de uma serpente, outros com garras tão grandes que mais pareciam com canivetes afiados, pulavam para fora e outros para dentro do tronco da árvore, que fizeram Manoel dar a volta mas, ao virar-se, deu de cara com o ser bizarro lhe observando com os olhos arregalados. Manoel notou também que os pés daquela coisa, estavam pegando fogo:
          - Não te esperava tão cedo por aqui! – Falou a criatura para Manoel;
          - Eu..., é, é..., queria que..., - Manoel atrapalhou-se com as palavras;
          - Deseje, e será seu! – Manoel sentiu medo mas, precisava tirar aquela dúvida da cabeça; pensou em algo realmente difícil para se conseguir e voltou-se na direção da árvore. Olhou e viu que agora ela parecia, uma árvore comum, como as demais ao seu redor, ia por as mãos quando resolveu perguntar para a criatura:
          - Aquelas coisas que eu vi saindo de dentro do tronco, o que são?
          - O que isso importa? – Perguntou a criatura – Você agora está em uma situação onde ninguém mais vai te humilhar, você agora é rico Manoel! – A criatura sibilou de leve sem que Manoel percebesse. Manoel encostou as duas mãos no tronco do velho carvalho, respirou fundo, e falou:
          - Desejo um iate, uma mega mansão e mais dinheiro! – O tronco do carvalho começou a tremer, Manoel deu um passo para trás assustado e viu quando mais criaturas horripilantes saltaram para fora da árvore;
          - Você se superou nos pedidos! – Falou a criatura para Manoel com um sorriso entre aqueles dentes pretos – Que a árvore realize seus desejos! – O velho carvalho fez um barulho como o de uma explosão, lançando Manoel ao chão. Manoel levantou-se e não viu mais as criaturas nem o ser bizarro que falava com ele; sacudiu a terra da roupa e voltou para casa...
          ... Encontrou um bilhete de Vânia sobre a mesa, onde ela dizia que fora visitar sua prima, que era casada com o irmão mais novo de Manoel. Subiu para o quarto ainda assustado com as coisas que vira no carvalho. Abriu o guarda-roupa e foi tirar uma roupa; ao puxar uma caixa do maleiro, um saco contendo papéis caiu espalhando várias contas antigas que ele guardara mais que não teve condições de pagá-las. Começou a vasculhar algumas notas quando encontrou um velho jogo de loteria que tinha feito há dois meses atrás, grampeado a um cupom de compra de um grande shopping, para sorteio de um prêmio surpresa.
          Jogou o restante dos papéis em cima da cama e desceu para a sala com o cupom e o jogo nas mãos. Ligou a TV na hora do jornal local, no exato momento em que passava uma reportagem sobre um sortudo que ganhou uma fortuna na loteria, mas que ainda não tinha comparecido para reclamar o prêmio; seu coração disparou quando a repórter começou a ditar os números sorteados. Manoel olhou para o jogo em suas mãos e lá estava os números; não sabia se ria ou chorava de alegria. Estava a pular quando bateram em sua porta:
          - Boa tarde! – disse uma mulher sorridente ao lado de um homem alto, vestido de um terno preto e com um chapéu de abas largas na mesma cor do terno, assim que Manoel abriu a porta;
                  - Sr. Manoel?
          - Pois não?
          - Eu sou Michelle, gerente comercial do Shopping Gold Plaza Norte. O Sr. fez compras há dois meses atrás e preencheu um cupom para sorteio de um prêmio – Manoel já estava imaginando a frase final – como o Sr. esqueceu de preencher o número de telefone de contato, viemos pessoalmente lhe informar que o Sr. é o ganhador da promoção! – Manoel se segurou na porta para não desabar:
          - E posso saber qual é esse prêmio? – perguntou ele;
          - O Sr. acaba de ganhar um pequeno iate acompanhado de uma grande mansão, ou o seu valor em dinheiro! – Manoel vibrou! Pegou o envelope das mãos do pessoal do shopping, agradeceu e se despediu deles. Voltou para a sala, na TV continuava a passar o jornal local quando uma repórter entrou no ar, em uma chamada extraordinária:
          - Estamos aqui no local onde acabou de acontecer um acidente entre um ônibus e um carro de passeio, deixando três mortos e cinco feridos na Alameda das Nações, no centro..., - Manoel olhou para a imagem na TV e reconheceu o carro de seu irmão caçula; desabou no sofá perplexo!;
          - O ônibus que vinha na direção do centro – continuou a repórter - atravessou a pista e bateu de frente com o carro. As vítimas fatais, foram identificadas como: CRISTINA SILVA COSTA, RONALDO DE SOUZA COSTA e VÂNIA PEREIRA COSTA, todos de uma mesma família!...
          Manoel sentiu que ia desmaiar; olhou para o envelope em suas mãos, levantou e pegou o cupom do jogo, o telegrama na gaveta e saiu sem mesmo fechar a porta atrás de si. Correu pelo bosque até chegar no alto da cachoeira da morte. Chegou em frente ao velho carvalho, bateu com tanta força, que feriu os dedos:
          - Apareça sua coisa fedorenta! – gritava ele para a árvore – apareça sua coisa do inferno! – a criatura surgiu de dentro do carvalho, exalando um mau-cheiro tão forte, que fez Manoel colocar as mãos na boca e no nariz;
          - Algum problema Manoel? – perguntou o ser;
          - Você...! Você tirou de mim o que eu mais amava!
          - Eu te dei o que você mais desejava! – replicou a criatura;
          - Eu não quero suas porcarias! – Manoel jogou em cima da criatura os papéis dos prêmios – pode pegar de volta, não quero nada disso!
          - E o que é que você quer Manoel? – a criatura perguntou com uma maldade na voz;
          - Eu quero a minha família de volta! – gritou ele com lágrimas nos olhos. A criatura sorriu balançando a cabeça;
          - Você tinha tudo isso Manoel e não deu valor. Nós fizemos uma troca justa; te dei o que você mais desejava, e tomei para mim, o que você não zelava! – Manoel olhou para aquele ser pequeno em sua frente, com vontade de pegá-lo pelo pescoço;
          - Eu não fiz troca alguma com você!
          - Como não? Desejar algo na vida sem se importar com o depois! Isso não te lembra algo não? – Manoel recordou do primeiro dia em que encontrou com aquela coisa;
     - Eu devia ter pulado naquele dia; pelo menos, não estaria sofrendo com a morte de meus familiares. Eu daria tudo para que eles estivessem aqui, comigo agora! – Disse ele para a criatura chorando;
          - Isso é mais um desejo seu? – perguntou o monstrinho, dando a entender que o carvalho estava ali, bem na frente de Manoel;
          - O carvalho!... – Manoel falou ao mesmo tempo em que disparava em direção à árvore;
          - Eu desejo que meus familiares estejam comigo agora!
          Manoel só sentiu quando duas mãos com dez garras afiadas rasgaram a carne de suas costas dilacerando seus órgãos, o empurraram para dentro do tronco do carvalho, e a voz da criatura a dizer:
          - QUE A ÁRVORE REALIZE O SEU DESEJO!...     


                         EMANNUEL ISAC

          
     

Número de vezes que este texto foi lido: 52981


Outros títulos do mesmo autor

Poesias GUERREIRA EMANNUEL ISAC
Poesias REENCONTRO EMANNUEL ISAC
Poesias SILÊNCIO EMANNUEL ISAC
Poesias S O L I D Ã O EMANNUEL ISAC
Poesias MINHA METADE EMANNUEL ISAC
Contos FETICHE EMANNUEL ISAC
Poesias I N C Ó G N I T O EMANNUEL ISAC
Contos O MENINO DO PARQUE - PARTE I EMANNUEL ISAC
Contos O MENINO DO PARQUE - PARTE FINAL EMANNUEL ISAC
Poesias QUE SENTIMENTO É ESSE? EMANNUEL ISAC

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 110.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68980 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57901 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56729 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55804 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55057 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54980 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54858 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54850 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54755 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54720 Visitas

Páginas: Próxima Última