Quando o inverno suprime a primavera,
E o frio eterno nos corações impera;
Qual será a saída para as almas feridas?
Haverá salvação para as lágrimas perdidas?
Como escaravelhos que dançam nas palavras;
Como cabeças que pendem nos fios das navalhas;
Haverá outro dia para o sábio cansado de esperar?
E se assim houver, quando há ele de aqui chegar?
Transitam nas ruas as almas desesperançosas
Com seus desejos bêbados e vontades preguiçosas,
Aguardando o julgamento abaixo da chuva,
Haverá salvação para o filho da viúva?
Fugir nunca foi a melhor opção,
Mas parece a única perante a confusão.
Se dos cernes da alma não podemos fugir,
Ao menos por outros podemos substituir.
E se houver esperança no próximo futuro,
Se houver um jardim do outro lado do muro,
Então para a treva os problemas vão fluir,
Então para a alegria eterna poderemos fugir.
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