As unhas dos teus pés são porcelanas alternativas,
uma dezena de inteireza que deriva,
das flores que o teu caminhar reaviva.
Tuas canelas são rochas lisas verticais,
de formas tão reais
que reluzem a beleza dos mais belos vitrais.
Teus joelhos, fundições quase brutas de espelhos
que me cegam em raios de desejos vermelhos.
Tuas coxas, santidade de denotação profana
que meu instinto emana, vícios da minha libido insana.
Tua virilha, santíssima trilha
por onde caminho milhas
seguindo tua pele que brilha.
Teus seios abrandam meus receios,
saciando minha boca, sabotando meus freios.
Teu rosto altera meus sentidos de visão e gosto,
ordem de um paladar imposto.
Lembro do meu amanhã e desço ao teu abdômen,
para que meu corpo entre ao renascer do teu ventre.
|