Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Reminiscências
Lúcia Edwiges Narbot Ermetice

Resumo:
Lembranças da infância


O som dos sinos, melodia antiga a destoar em meio ao moderno ruído das buzinas, traz reminiscências de um tempo diferente. Nem melhor, nem pior, apenas diferente.
Àquela época, os sinos marcavam nossas horas, nos chamando para a missa, a reza. Conhecíamos as diferenças no seu badalar, se era um dobre alegre ou triste, boa ou má notícia.
Crianças cantando - na realidade, berrando – na missa: “prometi na piscina sagrada, a Jesus sempre e sempre adorar...” (Elas diziam pescina)
Nas ruas de paralelepípedos, o caminhão do leite deixa o som das garrafas a chacoalhar em seus engradados.
O padeiro, controlando burro e carroça, entregando os pães às portas dos fregueses.
O verdureiro apregoando sua mercadoria.
Os bondes deslizando nos trilhos, gente a correr ao seu encalço, para não perder a hora do trabalho ou da escola. Cobrador e motorneiro, sempre os mesmos nos mesmos horários, com paciência e tempo para esperar seus passageiros, também sempre os mesmos. Todos se conheciam pelos nomes.
Gritos e cantos de crianças brincando na rua, jogando bola, pulando corda, brincando de pega-pega.
Vizinhos conversando às portas das casas. “Bom dia, dona Fulana, seu filhinho melhorou?”
A empregada varrendo a casa ao som da radionovela.
Mães mandando seus filhos buscar alguma coisa na mercearia da esquina, a do japonês: “pede pra marcar na caderneta.”
Gente varrendo as calçadas, alguns a regar os jardins.
Aqui e ali, em alguns quintais, galinhas ciscando, um galo cantando.
Os bem-te-vis gritando que tinham visto, mas não dizendo o quê...
Os aposentados dando umas voltinhas pelas ruas do bairro, trocando um dedo de prosa entre si, comentando as notícias do jornal.
Cheiro bom de bolo de fubá e café recém-coado.
Pressa havia, que todo mundo tinha horários a cumprir, mas parece que não era tanta quanto hoje. Menos carros nas ruas, trânsito mais fácil, gente mais paciente, sei lá...
Menos violência, menos medo, mais liberdade...

Minhas recordações não se referem a pequena vila no interior, não. Falo de minha infância, nos anos 50 do século passado, num bairro da zona sul de São Paulo. Acredite quem quiser!


Biografia:
Médica, nascida em 11/12/1944, poeta nas horas vagas, quando a inspiração permitir.
Número de vezes que este texto foi lido: 52863


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Bênçao Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Poesias Anônimos Escritores Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Crônicas Que Ideia! Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Poesias Confissão Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Poesias Psicanálise Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Poesias Poeta Bissexto Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Poesias Minha Casa Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Poesias Foto de Férias Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Poesias Poetas Lúcia Edwiges Narbot Ermetice
Poesias Poesia Lúcia Edwiges Narbot Ermetice

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 11 até 20 de um total de 24.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54738 Visitas
1 centavo - Roni Fernandes 54655 Visitas
frase 935 - Anderson C. D. de Oliveira 54586 Visitas
Ano Novo com energias renovadas - Isnar Amaral 54437 Visitas
NÃO FIQUE - Gabriel Groke 54386 Visitas
Na caminhada do amor e da caridade - Rosângela Barbosa de Souza 54374 Visitas
saudades de chorar - Rônaldy Lemos 54328 Visitas
PARA ONDE FORAM OS ESPÍRITOS DOS DINOSSAUROS? - Henrique Pompilio de Araujo 54279 Visitas
Amores! - 54260 Visitas
Jazz (ou Música e Tomates) - Sérgio Vale 54208 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última