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Xô, Paixão!
Xô, paixão
Wellington Balbo

Resumo:
Há alguns meses fui até uma cidade no interior de nosso estado realizar seminário para grupo de jovens. Resolvi organizá-los em equipes de 5 pessoas. Acertamos um tema para cada grupo debater e depois apresentarem suas considerações. Um dos grupos teve como assunto o interessante tema que fala das paixões.

Xô, Paixão!

Wellington Balbo – Bauru - SP

Há alguns meses fui até uma cidade no interior de nosso estado realizar seminário para grupo de jovens. Resolvi organizá-los em equipes de 5 pessoas. Acertamos um tema para cada grupo debater e depois apresentarem suas considerações.
Um dos grupos teve como assunto o interessante tema que fala das paixões. E um dos integrantes levantou-se e foi logo dizendo:
- Paixão comigo não dá! Paixão comigo não dá! Todas as vezes em que fiquei apaixonado por uma garota não me dei bem. E com o jeitão próprio dos jovens arrematou: Xô Paixão!
Não é preciso dizer que todos caíram na risada.
Naturalmente que quando falamos em paixão não estamos apenas nos referindo ao sentimento homem – mulher. Podemos ser apaixonados por uma série de outras coisas.
Allan Kardec questionou os Espíritos sobre as paixões.
Os mestres invisíveis responderam que a paixão não é má. Ela é boa, desde que o indivíduo saiba governá-la, mantendo-se no controle da situação.
Observe que muitas das descobertas e invenções que hoje nos facilitam a vida foram realizadas por homens e mulheres apaixonados por um ideal.
Casamentos felizes e harmoniosos surgiram de onde? Óbvio, da paixão que um homem e uma mulher sentiram um pelo outro. Quando os olhares se cruzaram e as mãos estremeceram, nasceu a paixão. Acredito que isto já aconteceu com você, amigo leitor. Comigo também.
O comentário jocoso de nosso jovem fez-me automaticamente recordar da Sandra, minha primeira paixão. Eu deveria ter uns 14 anos mais ou menos, mas me sentia completamente apaixonado por ela. E, infelizmente não era correspondido: uma pena! Sofri um bocado por causa desta tal paixão. Adoeci, perdi provas na escola, chorei...
Depois vieram mais paixões: Patrícia, Luciana, Kátia, Aline, Déborah. Algumas vezes fui correspondido, em outras não.
E quando os corações não estavam em sintonia a dor era bem aguda, pois quando se mexe este tipo de sentimento a situação é complexa.
Por isso já dizia nosso Blaise Pascal: “ O coração tem razões que a própria razão desconhece”.
Ah, ia me esquecendo, fui também apaixonado por futebol, queria ser jogador de seleção brasileira. Vejam que disparate; a paixão até cega o indivíduo fazendo ele pensar que é o que nunca foi.

Mas, por que sofremos tanto? E por que nosso coração desconhece as mais elementares regras de bom senso?
Por que há pessoas que se matam e deixam bilhetes apaixonados? Por que a síndrome de Romeu e Julieta ainda perdura em alguns corações?
Saindo um pouco do âmbito afetivo, por que muita gente enlouquece quando não consegue ter o carro dos sonhos ou se deprime por que era apaixonado por determinado objeto e ele espatifou-se?
Os Espíritos nos explicam de maneira muito clara:
A paixão cumpre os seus objetivos. Ela maximiza a força dos homens.
É o rapaz desleixado que começa a se arrumar para encontrar a paquera.
É o homem indiferente que se apaixona por uma idéia e busca todos os meios para que ela se materialize.
É o cientista que se debruça em fabulosa descoberta.
Entretanto, como sempre, o problema reside no excesso:
É o cônjuge que sufoca o outro e deposita a culpa na paixão.
É o homem desequilibrado que atenta contra a própria vida porque não foi correspondido em seus sentimentos.
É o cientista que exagera na dose e abandona a família para ficar apenas com seus experimentos.
É o workaholic – viciado em trabalho - que esquece o rumo de casa e passa horas no escritório.
Se a tudo mantivermos uma medida, temperando a vida com o sal da paixão, mas tomando os devidos cuidados para não sofremos de HIPERPAIXÃO, teremos grandes chances de sucesso nas empreitadas da vida: seja ela de origem afetiva ou não.
Com equilíbrio, nada de Xô Paixão!

Pensemos nisso



Biografia:
Wellington Balbo, 36 anos, escritor, 7 livros publicados.
Número de vezes que este texto foi lido: 59431


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