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Quando os familiares adoecem
Quando os familiares adoecem
Wellington Balbo

Resumo:
A vida na Terra, caro leitor, não permite muitas reclamações. Uma queixa aqui outra acolá tudo bem. Mas viver reclamando das vicissitudes da existência é contraproducente, perda de tempo e energia.

Quando os familiares adoecem

Wellington Balbo – Bauru SP

A vida na Terra, caro leitor, não permite muitas reclamações. Uma queixa aqui outra acolá tudo bem. Mas viver reclamando das vicissitudes da existência é contraproducente, perda de tempo e energia.
O melhor é aproveitar os desafios existenciais e tentar resolvê-los.
Se forem, porém, insolúveis, daí resta-nos a resignação.
Já dizia mestre Wanderlei Luxemburgo: Problema sem solução é problema resolvido!
Toda esta introdução é para contar-lhes um fato.
Tenho uma tia que está há 27 anos deitada numa cama sem conseguir mexer qualquer membro. Não fala, não pede, não anda, não gesticula...
Esta tia tem 3 filhos e o marido que se revezam em seus cuidados.
Dão banho, papinha, trocam fralda, ministram remédio e tudo o mais que alguém enfermo necessita.
O pessoal antes reclamava, mas depois de alguns anos, já vencidos pelo cansaço resolveram aceitar a vida como ela é.
Bem, como eu disse, ela não faz nada, mas está vida, ou melhor dizendo, encarnada, coração pulsando e tudo mais.
Em casos assim, é importante lembrarmos que embora o corpo esteja baleado o Espírito está lúcido, vendo tudo o que se passa ao seu redor.
Já pensou que prisão, caro leitor? Nem direito a saidinha ela tem. Corrigindo: tem sim, quando nos momentos do sono de seu corpo físico. Mas observe a prisão que ela vive, 27 anos sem falar, andar, cantar, pular, dançar e, o pior: sem direito a reclamação.
Mas de retorno ao assunto Espírito e reforçando o que dissemos acima: embora o corpo esteja danificado, o seu Espírito sente, ama, emociona-se, pois as emoções residem no espírito.
Você questionará aonde quero chegar com esse papo.
Quero dizer aqui que não obstante as dificuldades e limitações físicas os meus primos a tratam normalmente. Conversam com ela, colocam-na a par das novidades da casa, se haverá reforma ou não, se brigaram com a namorada, se estão enfermos ou com saúde. Enfim, embora ela não se mexa e esteja prostrada em uma cama há quase três décadas, ela presta total atenção no que eles dizem. É óbvio: seu espírito está ativo, sentindo, amando, vivendo...
Cientes da realidade imortal não podemos deixar de tratar familiares doentes – aqui quem os tiver – como se não existissem.
É importante para seu caminhar evolutivo que recebam a atenção que merecem. Ele não responde? E daí? São dificuldades do corpo que serão sanadas com o tempo. Contudo a alma está bem viva e atenta.
Se você tem alguém em casa na situação provisória de invalidez física – invalidez aqui escrita para efeitos de entendimento sem cairmos em digressões filosóficas sobre o tema – não se limite aos cuidados básicos de alimentação e medicação. Vá além. Converse, beije, conte seus problemas, dê-lhe atenção.
Faça o ente querido fazer parte da família. Pode ser que agora ele não responda por conta da limitação física, mas tenha a certeza que no reencontro na Pátria Espiritual, quando liberto e recuperado do mal que o acometeu, o familiar certamente lhe agradecerá por você não tê-lo deixado alheio dos acontecimentos por conta de suas limitações físicas.
Afinal, muito pior do que a dificuldade do corpo é a cegueira que acomete quem não observa os largos horizontes do Espírito imortal.
Pensemos nisso!


Biografia:
Wellington Balbo, 36 anos, escritor, 7 livros publicados.
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