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O bom e o bonzinho.
O bom e o bonzinho.
Wellington Balbo

Resumo:
Um dos grandes desafios do ser humano é saber distinguir entre o Bom e o Bonzinho. E o nosso grande objetivo deve ser primar para sermos bons

O bom e o bonzinho.

Um dos grandes desafios do ser humano é saber distinguir entre o Bom e o Bonzinho.
E o nosso grande objetivo deve ser primar para sermos bons. No entanto, na maioria das vezes, somos apenas bonzinhos, o que venhamos e convenhamos é bem diferente de ser bom.
Ser bom requer esforço, superação, perseverança, dedicação...
Ser bonzinho requer apenas omissão. Sim, porque o bonzinho nunca diz não, não discorda de ninguém mesmo quando sabe que tem razão, agrada a tudo e a todos, não tem senso crítico e por ai vai.
O bonzinho além de tudo é prepotente e não sabe, porque se julga humilde, mas em realidade ele quer ser unanimidade, quer ser apreciado por todos e busca os elogios incessantemente, em suma, não consegue conviver com críticas, com opiniões contrárias, com diferenças, por isso veste a bondade superficial como um escafandro que lhe protege da verdade.
Nossa sociedade infelizmente está impregnada de bonzinhos; políticos bonzinhos com promessas eleitoreiras para agradar a população, profissionais bonzinhos que preferem não debater, dialogar e até discordar do superior, professores bonzinhos que deixam alunos assinar a lista e se mandar da sala de aula, religiosos bonzinhos que dizem justamente o que os fieis querem ouvir apenas para agradá-los sem se preocupar com a verdade. Mas o pior de tudo é quando os bonzinhos são os pais.
Ser pai bonzinho é apenas dizer sim ao filho, não repreendê-lo, não orientá-lo, não contrariá-lo. Um perigo!
Talvez seja esse o motivo pelo qual mais de 15% de nossas crianças estarem com obesidade infantil, os pais são bonzinhos demais, fazem tudo que o filho quer. E ainda por bondade dos pais nossas crianças passam mais de 5 horas à frente da televisão e distante dos livros.
Por bondade dos pais nossas crianças vivem abarrotadas de brinquedos e carentes de carinho, e por bondade dos pais nossas crianças assistem a programações inúteis que nada acrescentarão a seu desenvolvimento. Tudo culpa do querer ser bonzinho.
Pais bonzinhos acreditam que o filho pode tudo, julgam que seus pupilos são santos e melhores que o filho do vizinho, criam, então, mini ditadores e depois não sabem as razões dos problemas que enfrentam com a prole.
Iremos progredir como nação, como sociedade, quando aprendermos de fato o significado do que é ser bom. O que é ser um bom pai? O que é ser um bom filho? O que é ser um bom profissional, um bom religioso, um bom político?
O que é realmente caridade e por qual razão é ela a salvação de nosso mundo?
São questões que podemos começar a nos perguntar para chegarmos de fato a um consenso de como agir sem descambar aos exageros.
Dizer não, mas saber como dizer, discordar mas saber como discordar, impor limites mas saber como impor, orientar mas saber também ouvir, são pontos importantes para quem quer alcançar o objetivo de ser Bom e não apenas bonzinho.
Porque ser bom requer trabalho, labuta íntima e humildade para reconhecer que o gosto por ser unanimidade pode pôr tudo a perder.
Ser bom é dizer não quando preciso, é admoestar quando necessário, é impor limites e ensinar disciplina. Ser bom é discordar com educação.
Ser bonzinho é omissão, ser Bom é ação.
Cabe-nos decidir onde queremos nos encaixar:
Ser bom ou bonzinho?


Biografia:
Wellington Balbo, 36 anos, escritor, 7 livros publicados.
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