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O marido da mãe D'Agua.
folclore do Brasil-22 de agôsto
Helena Regina Santarelli M. de Campos

Resumo:
O velho Antonio Alvarez,um antigo pescador de Natal contou esse conto.

Era uma vez um pescador que vivia da sua pescaria.Ficava horas a fio tentando pescar.Mas os peixes estavam sempre fugindo dele e ele muitas vezes dormia com fome.
Em uma noite de luar,quando estava a pescar, o peixe escapou e perdeu a isca .A noite foi caindo e ele não queria voltar para sua casa sem ao menos um peixinho.
Quando pegou sua vara e ia deixando de pescar,ouviu uma voz cantando bonito.
Ele foi devagarzinho até as pedras do lago e viu uma moça linda como um anjo.
Ele espiava quietinho!
Ela ficava com o corpo meio fora d'água, e os cabelos brilhando como ouro.
O pescador estava com muito mêdo,mas mesmo assim perguntou?
Quem está cantando?
Sou eu a mãe D'Água, e eu realizo todos os desejos que me pedem.
Pois eu quero peixe!
Pois,sacode o anzol onde estou.
Se quiser pescar,deverá vir da meia-noite em diante,até o raiar do dia.
Abanou a mão,mergulhou e sumiu.
O rapaz fez o que ela disse e pegou tanto peixe,que não conseguia carregar para casa.
Nunca mais viu a mãe d'água,mas vinha sempre pescar e foi aliviando a sua pobreza.Os meses se passavam e ele já sentia saudades.Uma noite de luar, enquanto pescava escutou de novo aquela voz.
Foi correndo até as pedras,para vê-la de novo e perguntar como pagaria por tamanha bondade?
Quer casar comigo ,perguntou a mãe d'água.
Ué,claro que quero!
Então vamos casar,traga para mim roupas brancas,azul ou verde ,mas que não tenha nada de ferro!
Mas.só tem uma condição:que nunca fale mal de mim,nem dos entes do mar.
O rapaz prometeu tudo pois estava apaixonado,
No dia,local e hora marcada eles se casaram
Viviam muito bem.
O rapaz ficou rico de noite para o dia ,era só felicidade.
Passou-se um ano ,dois ,três a moça começou a entristecer.
Nas noites de luar de quinta para sexta -feira ela se punha na janela e ficava a olhar o mar.As vêzes cantava baixinho,as vezes chorava devagarzinho.
O rapaz consolava a mulher.Mas depois de um certo tempo começou a ficar enjoado daquilo e começaram as discussões.
O marido a chamava mas não adiantava.
O marido perguntava:mas você é mulher ou é peixe?
Ela não dizia nada.
Um dia o rapaz foi a um baile sem ela,voltou tarde da noite e começou a resmungar:cadê meu café,leite,bolos,coisas de comer?
Bem feito quem mandou casar com mulher do mar e não da terra.
Arre,coisas do mar,eu não gosto!
Logo que disse essas palavras a mãe d'água
ficou muito,muito branca e deu um gemido.
Levantou as duas mãos ,e as águas do mar se levantaram,como um castigo,uma onda grande cobriu tudo de espuma.O rapaz morrendo de mêdo,subiu em um morro onde o mar não chegava.
Lá de cima ele olhou:casa,varanda,cercado,animais tudo desapareceram.
No lugar havia uma lagoa muito calma.
Ao longe ouviu uma cantiga muito triste,como quem está se despedindo do mundo.
Nunca mais viu a Mãe D'Água.


























Biografia:
Helena Regina Santarelli M. de Campos Pedagoga especialista em Educação Infatil.
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