Direito a informação |
Onildo Rodrigues Soares |
O direito a informação
Estou reeditando o pensamento
De que somos ex-mutantes
A procura do mapa do tesouro
Numa aventura em que a ilha
É onde deveríamos estar
Só nos dois, sem direito à informação
Mas o mapa que os piratas da rede roubaram do baú
Está em nossas mochilas
E temos dois caminhos
Ou amamos ou cavamos buracos
Antes que as caravelas apontem no horizonte
Ou então fugiremos para o lugar mais alto
Onde temos à informação de onde se encontram os nossos inimigos
Porém retornamos
Temos um tesouro para cuidar
Mas podemos fazer de conta
Que o amor é tudo
Que só precisa de uma ilha perdida
E de dois seres virtuais que se amam
E todo o resto desaparece num clique
Nesse estado de êxtase
O pensamento não existe e cada ser
Que deveria ser mutante é binário
Ou está ligado ou está na rede
Não há nada mais urgente
Que a web câmara
E você olha o porta retrato virtual
Para matar saudade de seu ex
Ele sou eu
Sem direito a informação
De qual perfume usou após o banho
Mas você me diz que cheira a sal
Porque estamos numa ilha marítima
E os piratas se aproximam
Eles querem o mapa do tesouro
Que não sabemos está em nossas mochilas
Porque só temos acesso a arquivos
Que nossos pensamentos bloquearam
Eu vou ligar para o meu provedor
Reclamando da velocidade das caravelas
Que velejam a mercê dos ventos
Talvez nunca cheguem à ilha
Onde você e eu
Escolhemos para encontrar piratas sangrentos
E que nos conduzirá a tudo que não podemos ser
Porque somos ex-mutantes
À procura do tesouro virtual
Sem direito a informação.
|
Biografia: Escrever é fácil, o difícil é entender. |
Número de vezes que este texto foi lido: 52820 |
Outros títulos do mesmo autor
Publicações de número 1 até 10 de um total de 15.
|