Vi o cego e seu cão guia,
Andando juntos numa via,
O cão não me conhecia,
Mas não latiu, nem me mordeu.
O cego me viu, me reconheceu,
E disse um sonoro bom dia,
Nem sei porque isto se deu,
Estava ele em boa companhia.
O cego não temia o breu,
Pois, na verdade, sabia
Que o seu fiel cão guia
O levaria ao termo seu.
Sabiam qual caminho seguir,
Onde e quando queriam ir.
Noutro ponto alguém que via,
A passear, com seu cão, corria,
O cão rosnava alto e latia,
Os dois sabiam quem era eu.
O cão logo me reconheceu,
Mas seu dono não disse bom dia,
Eu sei que este fato se deu
Pela pressa e pela correria.
O homem parece que não via
Que seu cão se aborreceu,
Que seu cão se entristeceu,
E que seguir a ele não queria.
Arrastado, na corrente, ia
Sofrendo a má companhia.
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Biografia: Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, com publicações em coletâneas da Shan Editores, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências em http://bookess.com e Lâminas e Recortes em Widbook.com
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