PRIMEIRA CABEÇA
Quem o viu primeiro,
tosco e desajeitado,
conheceu muito bem
os seus pés de barro.
SEGUNDA CABEÇA
Logo depois o viram,
cabisbaixo e cansado,
com o seu fardo pesado
e seus pés de ferro.
TERCEIRA CABEÇA
A seguir, todo garboso,
desfilava por toda parte
e revelavam destarte,
os seus pés de bronze.
QUARTA CABEÇA
Já não parecia primata,
agora por onde passava
ele se apresentava
com seus pés de prata.
QUINTA CABEÇA
Algum tempo se passou
e viram o seu maior tesouro:
"Vaidade das vaidades!"
Os seus belos pés de ouro.
SEXTA CABEÇA
Cães e caravanas,
espetáculo e fama!
"Quem pode, pode!"
Sacuda quem se sacode!
E "abracadabra!"
Seus pés, agora,
são de bode ou de cabra?
SÉTIMA CABEÇA
Sinal dos tempos
ou final do jogo?
A sétima cabeça tem
pés de enxofre e fogo!
AO ESPELHO
Se bem ou mal,
num instante fatal
ou por lapso casual,
alguém olhar
para o bicho de sete cabeças
vai ver que os seus olhos são
fogo e brasa até virar carvão
e cinzas!
|
Biografia: Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, com publicações em coletâneas da Shan Editores, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências em http://bookess.com e Lâminas e Recortes em Widbook.com
|