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A MULTIPLICAÇÃO DO AMOR
AMOR
Ismael Monteiro

Resumo:
O estudo mostra como é possível fazer a multiplicação do amor.

A MULTIPLICAÇÃO DO AMOR (Ismael Monteiro)

O tema desse discurso é “A multiplicação do amor” e foi escrito especialmente para cada um de vocês, pois almejo dirigir-me para cada coração que se inteirar do assunto. O objetivo deste trabalho é mostrar como se pode fazer a multiplicação do amor, partindo-se primeiramente para algumas definições importantes sobre o amor:
Kalfried Graf Dürkeim, disse: “no amor, aquele que ama é tocado a uma profundeza que envolve a totalidade da sua pessoa. Amar é antes de tudo sentir a unidade do seu ser”;
Evangelho segundo São João: “Aquele que não conheceu um grande amor não conhece nada de Deus, pois Deus é Amor”.
Ibn’Arabi: “o amor é uma inspiração, uma energia que atrai todo o ser para sua origem divina”.
Jiddu Krishnamurti: “o amor é semelhante ao perfume das flores que encanta igualmente aqueles que as veneram e aqueles que as esmagam”.
Valdemar Augusto Angerami: “o amor é a pureza das “cantatas” de Bach, é o explendor dos “concertos” de Mozart. É a ilusão de amor; é a vida e o sufoco da dor d’alma”.
     Essas definições me serviram de inspiração e foram motivadoras de vários questionamentos e dentre eles: se o amor é tudo isso, seja no plano individual ou coletivo, como transformar esse amor em prática?

Antes de continuar, abri aqui um espaço para se conhecer os resultados de alguns personagens da história que utilizaram o amor em suas ações.
     Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), um poeta, escritor, pintor, músico e notável cientista tinha como bandeira o amor e transformou-se num dos homens mais importantes de sua época. Sua obra mais conhecida foi Fausto.
     Heitor Villa-Lobos (1887-1959), um compositor brasileiro que dedicava todo o seu amor pela música. Sua obra catalogada até agora inclui 7 óperas, 12 sinfonias, 5 balés, 13 poemas sinfônicos e cinco concertos para piano e orquestra. Levou o nome do Brasil para o mundo inteiro.
     Mahatma Gandi (1869-1948) – ele, com seu amor por uma causa que tinha convicção, conseguiu mobilizar todo o seu país, a Índia, somente, com seus exemplos de humildade, determinação, amor e com uma forte espiritualdiade.
     Martin Luther King (1929-1968) americano pacifista, deu aos escravos recém libertados por Lincoln, o seu amor-próprio. Ele baseava a sua não-violência pacífica em Gandhi, alimentada por ideais cristãos.
     Chico Mendes (1944-1988) – brasileiro, ambientalista, seringueiro de fala simples liderou a luta contra a destruição da floresta amazônica na região de Xapuri, no Acre. Eis suas palavras: “a floresta é minha vida. A ela dedico todo o meu amor, pensando nas gerações que virão depois de mim”.
     Herbert de Souza – Betinho (1935-1997) sociólogo, ficou conhecido por seu amor aos mais carentes. Criou a campanha Ação de cidadania contra a miséria e pela vida. Viajou por todo o Brasil, conclamando a sociedade a doar alimentos para distribuir a quem passava fome. Ele dizia: “nada é maior do que a solidariedade, e por ela a gente não agradece, se alegra”.

Como se vê todos esses personagens usaram o amor em suas ações e foram reconhecidos por isso. Isso quer dizer que quem pratica o amor vale a pena, pois isso nos faz desprender-nos de nós mesmos para nos dedicarmos aos outros. Assim, não basta ao homem ser inteligente, possuir conhecimentos e competências essenciais para evoluir, ou seja, nenhuma delas pode ser desenvolvida e/ou aplicada se não tivermos amor. A mistura das competências com o ingrediente amor poderá certamente, resultar em alta qualidade em tudo que fizermos, nos transformando em pessoas felizes e realizadas. Mas, se tudo isso é verdadeiro, como se viu com os personagens citados, isso significa que nós podemos vivenciar e multiplicar o amor em todas as nossas ações. Mas tal procedimento será infrutífero se as pessoas não se entregarem a este aprendizado com amor, vontade e alma. Tudo isso porque o amor transforma e envolve. Porém, o que se observa neste mundo tão dividido e árido, no qual o prazer e o desejo têm a máxima importância, é que sobra muito pouco espaço para o amor. Uma reflexão sobre essas experiências, me fez partir em procura de conhecer a realidade, ou seja, como está o amor na vida das pessoas, procurando ouví-las através de uma entrevista.
     O 1º entrevistado foi um clínico geral. Ele falou que nas suas práticas médicas sempre coloca o amor acima de tudo. Dá prá perceber que esse indivíduo é muito espontâneo e dedicado e pelo número crescente de clientes que recebe atestam os resultados da sua luta pelo amor.
     A 2a entrevistado foi uma professora. Ela nos disse que nas suas práticas docentes, ela tenta colocar o amor em prática, mas geralmente é mal interpretada, pois seus alunos não tem o ingrediente respeito, são rebeldes e estão pouco ligando isso. Assim, ela praticamente deixou o amor de lado e passou a ser mais racional, enérgica e sem sentimentos.
     O 3º entrevistado foi um funcionário de uma multinacional. Ele nos relatou que na empresa, o amor foi substituído pela qualidade e eficiência, não há espaço para esse sentimento. As pessoas ali trabalham seguindo um roteiro pré-estabelecido que não abre espaço para nenhum sentimento, são apenas, marionetes a serviço do patrão somente.
     A 4ª entrevistada foi uma enfermeira já casada há cerca de 15 anos. Ela nos relatou que o amor entre ela e seu esposo já deixou de existir há muito tempo, ou seja, há pouca solidariedade entre eles, pois os filhos que têm roubam todo o seu tempo.
     O 5º entrevistado foi um assistente social. Em suas atividades ele procura colocar o amor, mas não acredita na sua eficiência, pois no seu local de trabalho isso não existe. Em seu lar existe apenas a busca pela satisfação das necessidades básicas, dentre as quais o amor não está incluído.
Prezados amigos: Embora esse universo pesquisado seja muito pequeno, observa-se que o amor, com algumas exceções, está dando lugar a um ambiente estéril, sem sentimentos. Recorrendo ao Dr. Alexis Carrel, um cientista famoso, ele nos mostra que a sociedade moderna ignora o indivíduo e trata os homens como abstrações, mas no meio da multidão de fracos e deficientes, aparecem contudo, homens plenamente desenvolvidos que quando os observamos atentamente, mostram-se superiores aos esquemas clássicos. Esses homens são aqueles que sabem amar. O mesmo cientista mostra que o homem moderno tem medo de amar, isto porque erroneamente pensa e acredita que amando irá se fragilizar. O caminho passa a ser o de se fechar em si mesmo, tornando-se triste e solitário.
Pensando em tudo o que foi dito até agora, elaborei os passos para a multiplicação do amor, que peço aos amigos uma atenção toda especial. Embora não tenha a tendência de ser uma receita pronta e acabada, esses passos poderão servir para uma reflexão sobre este tão importante sentimento.
     1o) A multiplicação do amor no trabalho: isso significa dar tudo de si, com determinação e grandeza de alma, não se importando se é uma meta a ser atingida ou uma missão a ser cumprida. O pensamento de amor para o trabalho, envolve ter um sentimento de afeto e uma ação de envolvimento. E o que é trabalhar com amor? Kalil Gibran nos responde: “é construir uma casa com afeição. É semear com ternura e recolher a colheita com alegria. É pôr em todas as coisas que fazeis um sopro de vossa alma”.
2º) A multiplicação do amor no comportamento humano: o amor pode fazer uma verdadeira revolução interior, mas podemos tê-lo quando não há ódio, quando não há avidez, não há ganância, inveja. O ser humano, se não tiver o amor para superar os obstáculos, nunca poderá ser feliz consigo mesmo. Assim, os nossos erros, dificuldades, insucessos... tornam-se o solo, a base que devemos cavar para alicerçar o nosso amor. Por isso, colocando o amor em nosso comportamento pode ser um ingrediente vital (segundo Franz Victor Rudio) para ajudar um enfermo a assumir a responsabilidade de si mesmo e procurar manter e desenvolver a sua eficiência como ser humano.
3o) A multiplicação do amor no relacionamento do casal: o amor não nasce em virtude da assinatura de um contrato nem depende de uma permutação de prazeres ou de mútua segurança e conforto, mas havendo o amor, tudo isso nem sempre é um problema, a falta de amor é que pode gerar o problema. Para a Psicóloga Wayne Weiten, o amor no relacionamento do casal deve ser, acima de tudo, um amor companheiro, com afeto caloroso, confiante e tolerante para com o outro, cuja vida está profundamente entrelaçada com sua própria vida.
4º) A multiplicação do amor na comunicação com as pessoas: deve-se evitar: reclamações por tudo, esnobismo, arrogância, críticas constantes, desleixo pessoal, não perdoar, egoismo, negativismo. Mas deve-se ressaltar: agradecimento por tudo, naturalidade simplicidade, respeito sempre, atenção ao próximo, ouvir com o coração e com a razão, despreendimento, cooperação. É importante lembrar aqui as palavras de Franz Victor Rúdio, um estudioso da compreensão humana: ele diz que quando estabelecemos uma comunicação com amor, a pessoa a quem dirigimos nossa mensagem, traz sempre consigo alguma mensagem, geralmente escondida, para também nos ajudar pois a força do amor só se faz de modo bilateral.

CONCLUSÃO

     De tudo o que foi falado pode-se afirmar que o amor é uma necessidade nos dias atuais, pois a vida é aqui, agora, está aí pra ser feita, está aí para ser vivida. Cabe apenas e tão somente ao ser humano achar o seu caminho e fazer a multiplicação do amor. É bom que se diga que o homem é o único responsável por tudo, o que de bom e de ruim estiver ocorrendo no mundo, visto que este é o seu mundo, fruto de sua ação, de sua construção.


Biografia:
Sou pesquisador científico há vários anos e possuo conhecimento sobre diversas áreas.
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