Conheci um pastor.
Não era um cachorro.
Mas um atroz mercador.
Queria me convencer
A procurar Deus
Nas escrituras e nos céus.
Era alma onisciente, dizia ele.
Está aqui e em todo lugar.
Não me ensinou ao próximo amar!
Mas me escravizar e bitolar!
Na força satânica me violar.
Tentei fugir mas não deixou.
Me fantasiei de capeta, ele quase me matou!
Tentei fugir daquele assédio.
Mil pensamentos vinham à minha mente.
Escondi-me numa caverna estridente.
Estava frio e úmido.
Parecia um túmulo escarnecido.
Meu filho, disse o pastor,
Sou uma luz nesta escuridão,
Quero salvar tua alma da escravidão.
Não quero, disse.
Não estou perdido,
E nem desvanecido.
Quer ir embora,
Nunca mais venha me procurar!
Com você não quero estar!
Está bem, disse o pastor.
Uma surra de bíblia quero lhe dar.
Prá seu coração emocionar.
Não deixo, quero fazer da bíblia uma fogueira!
E por você sentado nela até virar peneira.
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