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Noite de Primavera
Ariel Dorfey

Era uma noite de primavera, mas eu não sabia, todo detalhe em sua mais pura essência dizia que aquela não era mais uma noite qualquer, pois era a primeira noite de primavera daquele ano.
     A pureza contagiante da tão admirada primavera invadia as ruas, as pessoas e a noite. Tudo estava repleto da mágica dessa estação. As ruas estavam mais calmas, as pessoas estavam mais leves, o céu estava mais limpo, as flores estavam mais belas e o vento tinha um aroma especial, tinha sabor de rosas, mas com um pequeno toque frutal, que deixava o ar mais doce, era um perfume típico de primavera.
     A primavera estava no auge da sua beleza, mas eu andava distraída, eu não havia percebido a beleza da noite, eu não havia notado a calma, a alegria e a pureza imensamente contagiantes. Eu andava nas ruas com os meus problemas e planos, mesmo que nenhum deles pudessem ser relevantes pra mim naquele momento. Eram tantos problemas, tanta coisa para ser resolvida que eu havia perdido toda minha loucura e toda minha inocência naquela inevitável realidade.
     As ruas estavam praticamente desertas, poucas pessoas passavam por ali, poucos carros também, as ruas estavam vazias e silenciosas. Eu queria apenas chegar logo em casa, aquelas ruas sem movimento me deixavam com um certo medo. Então eu percebi que havia alguém parado na esquina. Fui me aproximando e fui reconhecendo o sorriso, o olhar e a voz.
     Assim, quanto mais eu me aproximava, mais eu ficava nervosa, minhas pernas tremiam tanto que eu mal conseguia andar, a minha mão suava, o meu estômago estava pesado e a minha cabeça foi invadida por milhares de pensamentos sobre a pessoa que eu iria encontrar, eu deduzia cada palavra que eu estava prestes à dizer e à escutar.
     Lá estava ele, parado na esquina,esperando por mim, cabelos castanho-claros, olhos negros e inquietantes, corpo bronzeado. Lá estava a última pessoa que eu esperava encontrar naquele momento, era o amor da minha vida.
     Finalmente eu cheguei na tal esquina e recebi dele o mesmo oi de sempre e ficamos um tempo ali conversando. Ela sabia como ninguém me surpreender com o que ele dizia, com o que ele fazia e demostrava, ele sabia ser perfeito.
     Ele conversava comigo com uma voz doce e meiga, fazendo com que cada palavra fizesse com que eu o amasse intensamente. Eu evitava que ele olhasse nos meus olhos, pois ele poderia perceber os meus olhares, sendo que casa um confessava o meu amor por ele.
     Logo nossos corpos foram ficando mais próximos e as palavras foram acabando, já que os olhares e os gestos diziam mais do que elas e diziam também o que nossas palavras nunca poderiam dizer.
     Fomos ficando cada vez mais próximos, ficamos tão perto um do outro que eu pude ouvir o coração dele batendo cada vez mais rápido acompanhando as batidas do meu, eu pude sentir a respiração e o perfume dele.
     Então eu pude perceber a magia de uma noite de primavera, porque de repente, como por um impulso, nós nos beijamos pela primeira vez como se fosse a última.



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