Quando nasceram.
Eram espasmo,
um estalo de pensamento,
Embrião de sentimento.
Suas palavras, sem alfa ou beta, ainda arcânicas
Ainda ocas...
Pelo vento, pairavam, randômicas.
Alternavam-se, brincando de esconde-esconde.
Flutuavam tímidas na história.
Crianças levadas, se eram!
Cresciam e entrelaçavam-se, beijando-se.
Tomavam aos poucos corpo de adultas....
Xeretas roubavam a ordem dos sentidos,
Significando coisas, significavam significâncias.
Costuravam seu poema
E o poema escrevia, na folha, o poeta.
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