Curiosos e interessantes são os caminhos que podemos percorrer a partir de um nome. Brincar com as palavras costurá-las com agulha e o fio cintilante da imaginação que é fino, porém forte! Criando novos significados interessantes, ou ainda remendar tolices, como peças de um quebra-cabeça...
Tive a ideia de costurar os títulos de algumas crônicas que escrevi: a bailarina; observa o barco de papel; da janela do cais; nem sempre um final feliz acontece... E a despedida é inevitável, depois do último olhar, vende-se o vestido de noiva, rasgam-se as fotografias, e o que fica é a saudade e uma triste rotina, porque o amor deixa raízes, mesmo privando-o de água e luz!
As palavras são como estradas, ou braços de rios que nos levam a interpretar, uma ideia ou imagem de diversas formas.Quando leio um título de novela, livro ou filme gosto de relacioná-lo com outro, por exemplo, a novela “Viver a Vida”, que está em seus capítulos finais, lembrou-me o título do livro “Sede de Viver”, Irving Stone que narra a história de vida de Van Gogh.
Ao pensar em sede imagino as personagens de “Vidas Secas”, do Graciliano Ramos. Como se os títulos dos livros fossem um espelho com infinitos e mágicos reflexos de possibilidades. Quanto aos títulos de filmes, “Babel”, lembrou-me da novela brasileira “Torre de Babel”, e também do maravilhoso quadro de Pieter Brueghel, pintor flamengo. O mistério das diversas torres me fascinam...
Com um pouco de fio que resta, junto mais algumas palavras: gosto de sentir o sol que entre pela janela, e na sala aquece três lindos e sonolentos gatos... Faço três nozinhos para não "desemendá-las."
Vanice Ferreira
12/05/2010
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