Histórias de nós começam
a circular pela memória,
acelerando o coração,
fazendo-a ardida de qualquer
mera glória.
Histórias de nós dois,
achamos nos córregos,
espalhadas como cinzas,
ao vento;
se acham nos pessegais,
antes prumo, agora veludo,
carregadas pelos braços do
povo enviezado.
Histórias de nós dois
são fáceis de encontrar,
tem rebuliço,
café coado em pano,
pastel de rua,
pipoca doce aos prantos,
e festa aos domingos
quando a família
se reunia para
dizer que nos amava.
Histórias de nós dois
nunca terminaram bem.
Em branco, não!
Mas, sempre carregadas
de tintas fortes,
destas feitas prá chorar,
nunca prá trazer as coisas
de volta.
Histórias de nós dois
estão perdidas no tempo
e não há como recuperá-las.
Então,enrola a corda e faz o nó!
E fica assim, me abro em
desespero de um lado,
e você debrua sua sede
na ave que sobrevoa alada!
Histórias de nós dois
nunca mais!
E que vá lá!
Que o céu se abra:
pois um de nós dois morreu!
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