Mantidos alguns padrões conservadores no sentido cultural, tenho observado que a Pedagogia que aplicava projetos diversificados na educação, passou a adotar a metodologia apostilada de franchising, unificando o conhecimento simples que, se não anula o discernimento propriamente dito de cada estudante, provoca a unificação do ensino em nível quantitativo e não qualitativo como invariavelmente desejaria todo educador.
Pode-se pensar que a educação passou a fazer parte de um segmento da indústria de bens de consumo voltada para a economia de escala, quando obriga os consumidores submeterem-se a utilização de métodos e princípios descartáveis, desconsiderando a diversidade entre pessoas, pois além de não levar em conta a condição adaptativa para o conhecimento propriamente dito, não valoriza as características individuais do aluno.
Frequentemente observa-se em pequenas e grandes cidades, propagandas que variam de pequenos anúncios em volantes impressos distribuídos nas esquinas, até grandes cartazes de rua, de verdadeiros conglomerados de educação, onde são vendidas as características, vantagens e benefícios da contratação do nome do curso mais famoso, com suas unificadas metodologias de ensino abrangendo o país inteiro, vendendo a premissa que todos devem aprender da mesma forma, como se a utopia da igualdade já tivesse sido alcançada.
Não se pensa que sem eficiência no ensino fundamental, o ensino médio deixa de existir para ser criado um problema de difícil recuperação por razões sociais históricas, pedagógicas e financeiras, justamente nos períodos em que o aluno está exercendo o processo natural e espontâneo que o ser humano tem para aprender, garantindo assim a sobrevivência no sistema, sem questionar a sua existência no futuro.
Há um mau costume em se atribuir ao aluno o fracasso na educação, quando na realidade é da escola por não saber lidar com a diversidade política dos programas governamentais que permanecendo em berço esplêndido, impedem ou quase nada fazem para aprimorá-los e viabilizá-los com recursos, em nome de prioridades duvidosas.
Enquanto alguns educadores ainda se atêm às formas preexistentes de ensinar, atribuindo as dificuldades de aprendizagem do aluno as suas origens cognitivas, esquecendo que existem muitas formas de aprender, absolvendo por preciosismo profissional os fatores intra-escolares, novas atitudes podem ser propostas e exemplificadas na prática. Mas não acontecem.
É preciso que a perspectiva da educação seja tão realista quanto à época que atravessamos, para que seja duradoura, com garantia, para que possamos em um futuro breve viver uma realidade cujas propostas levem o Brasil a uma condição político-social menos excludente.
Necessário se faz que os conceitos de educação sejam acompanhados de ações na prática.
Para que isso aconteça, deve-se estimular o estímulo ao desenvolvimento do pensamento crítico e à socialização.
Não se deve abrir mão por incentivar o raciocínio lógico, sem o qual o aluno deixa de se perceber um agente transformador de ambiente, sob pena de brevemente ver seu próprio país erguer a taça de campeão mundial de analfabetos funcionais.
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Biografia: Escritor amador - Articulista em jornais, revistas, sites, grupos e listas de discussão, do ponto de vista bio-psico-sócio-espiritual. Autor dos livros: Vida de Autista; Autismo - Deslizando nas Ondas; Deficiência ou Eficiência – Autismo uma leitura espiritual e Vivo e Imortal - Ensinando a Aprender e Adoção - O Parto do Coração.Vida de Autista... E Eles Cresceram. Autista... Os Pequenos Nadas. Brasileiro,casado com Roseli Antonia, pai do Eros Daniel, a causa, da Anna Carolina e do Gabriel Lucca os efeitos, nascido em Joinville – SC. |