KOINÉ E A FLOR DO CONHECIMENTO
Adaptação do conto de Jô Benevides
Peça teatral adaptada por Jô Benevides
Personagens:
Narrador 1
Narrador 2
Sábio: Kyrios
Menino: Koiné
Sapo
Pássaro marrom
Gaivota
Florzinha
Narrador 1: Era uma vez, em uma terra muito distante, uma cidade chamada Terra dos Homens Burros. Nesta cidade não se lia, não se escrevia, nada se fazia. Um dia apareceu nessa cidade, um velho sábio chamado Kyrios.
(Entra um velho sábio com algumas crianças, contando algumas histórias, de lugares muito distantes)
Narrador 2: Esta é a história da construção do conhecimento! (entra e sai com espanto)
Narrador 1: Havia na cidade, um garoto pequeno, chamado Koiné. Koiné ouviu todas as historias do velho sábio, e decidiu que um dia mudaria toda sua vida. Entre às histórias contadas, uma lhe chamou atenção. Era a história de um lugar muito distante, onde existia uma pequena flor.
Narrador 2: A flor do conhecimento!!! (entra exclamando e sai correndo da cena, juntamente com o sábio)
Narrador 1: Quem comesse daquela flor, teria grande sabedoria. Mas, o caminho era tão dificultoso, teria que atravessar um mar distante, o mar das letras, que ficava próximo a terra dos contos, e assim ele encontraria a floresta dos problemas numéricos, e somente com esforço e dedicação poderia se transportar... A história da flor do saber, não saía da mente de Koiné. Ele decidiu ir em busca do conhecimento. Toda a cidade ficou apavorada com a decisão de Koiné.
Entra um grupo de pessoas gritando: - É loucura, é loucura! Mas vá, e nos traga um pouco do conhecimento!!!
Narrador 1: Houve uma grande festa de despedida. Todos queriam ver a partida de Koiné, que logo colocou o pé na estrada. Koiné saiu lembrando de cada palavra do sábio Kyrios e tudo que o conhecimento poderia lhe proporcionar. E no caminho ele encontrou um sapo.
(Entra o sapo, e Koiné em seguida).
Sapo: - Olá, quem é você?
Koiné: - Sou Koiné, e você quem é?
Sapo: - Sou um príncipe, estou sobre encantamento, estou indo para terra dos contos, que fica próximo ao mar das letras, vou em busca da minha história...
Vamos seguir juntos essa viagem?
Koiné: - Vamos!!!
Narrador 1: Assim seguiram viagem juntos. A terra dos contos era muito diversificada, e encantava Koiné com todos os personagens divertidos.
Koiné passou alguns dias ali, ouvia contos maravilhosos, mas logo se lembrou que não podia demorar, nem se conter, pois seu objetivo era encontrar a flor do conhecimento, para mudar sua historia e a do seu povo. Koiné seguiu caminho e logo encontrou o mar das letras. Era enorme, e agora, como transpô-lo? O sábio havia dito que só poderia ser transposto se mergulhasse nele. E enquanto Koiné pensava, se aproximou um grande pássaro marrom.
Pássaro marrom: - Ei garoto! Quer atravessar o mar das letras nas minhas asas?
Koiné: - Sim, mas tenho que atravessar o mar das letras com os meus esforços.
Pássaro marrom: - Não! Assim é mais difícil, monte nas minhas costas que eu te levo à “Ilha do Jeitinho”, lá ficará mais fácil para você atravessar.
(Koiné monta no pássaro, abre os braços e fingi voar).
Narrador 1: Assim seguiram eles. Ao chegarem na Ilha do Jeitinho, ele já podia ver o outro lado do mar.
Koiné: - Olha!!! Lá está o mar das letras!
Narrador 1: Era muito próximo, mais, como mergulha no mar das letras? Havia em toda terra dos contos, uma semente mágica.
(Entra uma fada e dar as sementes mágicas a Koiné, saindo rapidamente de cena de forma encantada e dançando)
Fada: - Tome menino, você vai precisar dessas sementes! São sementes de ar- de- faz- de- conta, que fará você mergulhar na água por muito tempo sem sentir falta de ar.
Narrador 1: Koiné tinha ganho muita dessas sementes, então mergulhou, só que ele viu muitas palavras complexas, histórias inteiras, que ele não conseguia ler.
(Entram pessoas com letras, juntando e separando sílabas com muita rapidez)
Narrador 1: Koiné Ficou desesperado, e voltou a ilha. Só lhe restava uma coisa a fazer, retornar, mas como? Na ilha do jeitinho, dava um jeitinho em tudo. Só que as coisas eram imperfeitas e sempre desordenadas.
(Entram pessoas com faixas, cartazes com nomes errados)
Narrador 1: Koiné ficou lá vários dias, tentando voltar, e toda vez que tentava, era um desastre, suas sementes de ar- faz- de- conta, estavam acabando e ele não conseguia encontrar o caminho.
Koiné percebeu que não poderia pular etapas, havia recebido varias propostas de carona, para passar para o outro lado. Logo percebeu que poderia dar com os burros n’água. Um dia, a gaivota que passava pela ilha, (entra a gaivota) ofereceu-lhe uma carona de volta.
Gaivota: - Olá amiguinho! Você quer uma carona?
Koiné: - Não sei, quero e não quero! O tempo está passando e sinto vontade de ir para casa, estou cansado e desanimado!
Gaivota: Não! Não deves desistir!
(a gaivota sai de cena)
Narrador 1: O mar era imenso, contudo Koiné resolveu ir, tomou coragem, ingeriu suas sementinhas mágicas e pulou.
(Koiné pula no mar e dar de cara com varias letras)
Narrador: Eram muitas letras pulando, nadando, cantando, saltando na imensidão do mar. Era um tal de B com A, de C com A, e aos poucos começava a fazer sentido.
(Entram pessoas com letras, frases, textos, contos)
Narrador 1: Letras, sílabas, frases, contos, histórias. Tudo era fascinante, nesse diálogo com as letras, Koiné começava a construir o conhecimento.
Enfim, só assim conseguiu chegar ao outro lado.
(Entram em cena as árvores)
Narrador 1:O outro lado era a imensa floresta de árvores que falavam.
Contavam que aquela floresta era a floresta dos números. Koiné adentrou de cabeça naquela floresta, e as árvores não paravam de conversar.
(As árvores começam a conversar entre si, e a resolverem probleminhas de quanto é 1+1, 3x4, 2+2, etc. Sendo que uma pergunta e outra responde)
Narrador 1: Assim aprendeu Koiné sobre números, contas e equações, e Koiné estava cada vez mais radiante, tinha conseguido chegar ao outro lado, na outra etapa, quando se deparou com a montanha da flor do saber, a flor do conhecimento. (Koiné admira e olha para cima da montanha com ar de felicidade) Lá no finalzinho da montanha, ele viu aquela linda flor, ao caminhar para arrancá-la, a florzinha lhe falou:
Florzinha: - Olá Koiné, como vai?
Koiné: (Koiné toma um susto) - Você sabe o meu nome?
Florzinha: - Sim, a gaivota gigante me disse que você estava chegando. Você veio arrancar-me, não é?
Koiné: - Sim, mas você é tão linda, que já nem sei o que fazer.
Florzinha: - Então Koiné, siga seu coração!
Koiné: - Sim, eu não vou arrancá-la, vou voltar para minha terra, burro como sempre.
Florzinha: - Espere Koiné, você não é burro. Na sua viagem em busca do conhecimento, você me achou, e nunca mais será a mesma pessoa. O conhecimento que você aprendeu a construir, você deve compartilhar com os outros. O fato de você não me arrancar, e me deixar aqui, logo outros virão, e aprenderão como se constrói o conhecimento. Volte Koiné, para a sua terra e espalhe o conhecimento e a sabedoria de um jovem tão insistente, persistente e corajoso, como você.
Koiné: - Obrigada linda florzinha! Agora compreendo tudo, e sei que todo o meu trajeto me serviu de preparo, para o verdadeiro conhecimento.
Narrador: Koiné agradeceu a florzinha e se despediu, e esta, ofereceu-lhe dois presentes.
Florzinha: - Tome Koiné! (Koiné se aproxima e pega) Aqui está, sementes de flores e esse lindo pássaro colorido. (entra um lindo pássaro, com cores lindas).
Koiné: - Obrigado!!!
Narrador 1: As sementes das flores, eram sementes de flores que não existiam na terra de Koiné, eram flores que perfumariam a cidade e que não deixaria Koiné esquecer da magnífica viagem em busca do conhecimento. E o grande pássaro tinha um colorido de todos os lugares que ele já havia passado, esse pássaro o levaria para a sua terra. Koiné partiu de volta para casa, naquele lindo e grande pássaro (Koiné sai no pássaro). Ao chegar, todos se alegraram, porque sabiam que Koiné mudaria às suas vidas...
E assim aconteceu. Aquela cidade agora, chamava-se: TERRA DE KOINÉ, TERRA DOS HOMENS DO CONHECIMENTO.
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