Quando imprimo na máquina qualquer palavra,
mesmo a que nem poderia supor,
a insistência semântica do meu ser, ávida,
resiste e revela a sempre mesma, amor...
Vaticínio ou simples e pura maldição,
de tradutoras letras esse composto
que remonta à vícios do coração,
em choque lírico tem me posto...
Olho o homem que passa,
a mulher que o segue,
meu olhar os ultrapassam
e nem há o que negue
essa sensação de amor,
compreensão da mesma raça
ou compaixão vasta, sem cor...
Quando olho a mim no espelho confuso,
lá atrás, na paisagem que aos primórdios torna,
volto ao outro eu nas voltas do parafuso
que ao lago manso da criação lança em água morna...
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