Recentemente vi uma pesquisa interessantíssima que relacionou a caminhada rápida à perda de apetite.
Isso me lembrou um colega fantástico da escola e depois do colégio, o Asdrúbal, ele era aquele tipo introspectivo que tinha sempre uma carta na manga para solucionar os problemas, problemas da vida, da nossa vida. Ele foi o primeiro cara que explicou a palavra "ter ciência" que depois ficou meio consciência das coisas. Enfim, o Asdrúbal tinha uma técnica sofisticada para impressionar as mulheres, nosso grande problema na época, era difícil demais dar uma transada, as namoradas nem pensar, não podíamos passar do portão, cinema era matinê, a tarde, e a noite era coisa de filmes americanos, fora isso tudo, ninguém tinha dinheiro para pagar as coisas de outra forma. Mas enfim o Asdrúbal disse que a ciência fazia a gente usar as ferramentas disponíveis para atingir os objetivos, e aí contou sua técnica: Ele disse que as mulheres quando caminhavam, tinham uma facilidade para serem sugestionadas pela conversa de quem caminhava com elas, mas para isso você tinha de conhecer os sinais que elas te davam: as cores das roupas que usavam era importantíssimas, por exemplo se estivessem com trajes pretos não ia rolar, mas você podia preparar terreno para quando mudasse a cor, branco também, mas outras cores, o verde, seu papo era de ecológico, natureza etc, se azul, seu papo era voar, nadar e se amarelo você era o cara que mais gostava de sol. E ai ele complementava, as mulheres tem de ser mais velhas, uns 5 anos pelo menos, você conta sua estória, se no final elas derem uma risadinha pode esquecer que não vai rolar, mas ao contrário, se elas arregalarem os olhos e não falar nada no final, aquilo é quase um sim, mas ao contrário, as mulheres da nossa idade tem imunidade a essas artimanhas e agora usam esses radinhos de ouvidos não vão nem dar bola, já as mais velhas são sempre interessadas nos jovens. E lá ia o Asdrúbal para praça onde as mulheres caminhavam e puxava papo. Depois sempre encontrava com ele com aquela cara de feliz. Enfim os anos se passaram, muitos anos, e um dia vi um cara na praça bem mais velho como eu, andava devagar, meio torto mas me lembrou na hora o Asdrúbal, antes com aquele cabelo preto e a cara cheia de espinhas e agora os cabelos brancos e olhos fundos. _Cara você por acaso não é o Asdrúbal? Sou sim, aí me apresentei e demos um grande abraço, e nois aí travez, papo vai papo vem: _E aí o método continua funcionando? Ele respondeu: Deus dá as ferramentas mas elas ficam velhas né... agora arrumar mais velhas tá difícil e as novas passam por nós ficamos...comendo poeira.; andar no ritmo delas rápido e conversando nem pensar, é infarto com certeza, é melhor ir devagar lembrando as boas lembranças... E assim foi nosso último encontro, grande Asdrúbal!
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