Era uma vez um cachorrinho
que apareceu do nada.
Vindo de marte talvez,
cheirando a bosta molhada.
Jeito tímido de vira-latas,
sua beleza ofuscada e apagada,
ocultava a sua idade e a sua raça.
Uma para outra contrastava à sua cara de felicidade,
pois naquele dia o sábio,
por ter encontrado o pátio nessa DATA.
Lá, pôde então se sentir feliz e à vontade, para conquistar novas amizades,
inimigos talvez é bem verdade, aos primeiros olhares,
que de certa forma o incomodavam.
Contente, e todo prosaico o infeliz, sem reclamar,
parecia estar muito bem acomodado.
Tamanha a sua liberdade,
no final de tarde que despertava o lugar.
Um mosaico incrustado de finos carrapatos e sarnas.
O pátio por onde andava, seu banheiro ao ar livre,
parecia sempre lustrado pelos pés incautos, desavisados de alguém que por ali distraído,
se arriscava transitar.
Assim começava uma nova fase de sua estranha história,
entre o ódio, o amor e sua glória.
Se porventura alguém dissesse jaz,
que isso tudo seria capaz,
ninguém duvidaria.
Parecia história de criança em situação de risco, abuso, violência ou incapaz,
da qual somos coadjuvantes todos os dias.
Uma mistura de compaixão, de aventura e de magia para quem já foi um cão criança um dia. Isto tudo posto em votação naquele dia,
cheio de emoção e alegria, sem pressão.
Cada um resolveu novamente abrir à chave o coração, por fim então coletar,
e assim batizar o bicho, cheio de sarna, piolho, carrapato, escherichia coli, giardia, ascaris lumbricoides, dermatofitose, cinomose. Seu rosto ainda entristecido, parecia perdido no tempo sofrido, cheio de meleca e excremento. O mulambento aguçou a vontade de toda diretoria inquieta e seus subordinados, achar um nome para o infeliz soldado, ex-cãodenado,
GELECA.
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