Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Pluralidade familiar no Brasil
Flora Fernweh

Em sua obra “Cem anos de solidão”, o escritor Gabriel García Márquez retrata o cotidiano de uma aldeia, tendo como base narrativa a diversificada teia familiar na qual os conflitos se desenvolvem. De modo análogo, pode-se observar que, na contemporaneidade, a Família quanto instituição permanece como um importante pilar social, incorporando novos valores e modificando-se. Nesse sentido, pode-se inferir que a aceitação da pluralidade familiar configura-se como um desafio, e que apesar de pautas já conquistadas, encontra ainda dificuldades práticas de efetivação.

Primeiramente, convém ressaltar que embora novas reivindicações e demandas surjam no contexto atual, a família é um modo de organização muito antigo, representada inclusive nas inscrições rupestres de Lascaux. Entretanto, problemáticas referentes ao gênero, idade, etnia e condição financeira, persistiram no decorrer dos séculos. Tal comparação sugere, do mesmo modo, um preconceito presente, uma vez que o padrão de vínculo de afeto protegido pela Lei no Brasil privilegia casais heterossexuais, monogâmicos e que têm filhos. Por conseguinte, muitas outras mazelas existentes no núcleo familiar, como a violência doméstica, passam a ser relegadas ao segundo plano.

Ademais, são perceptíveis os recentes progressos graduais no direito de constituição familiar no âmbito legal. Todavia, a real inclusão dos novos perfis familiares define-se como um obstáculo. Para retratar tal afirmação, dados do Censo de 2010 indicam que menos de 30% dos casais homoafetivos sentem-se integrados à sociedade. A partir desse levantamento, nota-se a ineficácia na aplicação dos projetos de inserção, visto que a revisão de opiniões impostas culturalmente deve, sobretudo, sugerir perspectivas que englobem o amparo, a segurança e a liberdade de expressão e de escolha por parte dos indivíduos, em consonância com o Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Portanto, diante de uma conjuntura marcada pela sub-representatividade dos modelos familiares e da dificuldade em transpor as barreiras do discurso que enaltece a “família tradicional”, é imprescindível que o Governo Federal, com apoio das Prefeituras, regulamente, de forma efetiva, a pluralidade nos mais variados âmbitos, por meio da criação de um projeto de integração que torne a realidade das famílias visível a todos os cidadãos. Assim, com o intuito de redimensionar as demandas familiares, será possível assegurar o respeito à diversidade em múltiplas esferas.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
Número de vezes que este texto foi lido: 63927


Outros títulos do mesmo autor

Cartas O amor é um salto para a eternidade Flora Fernweh
Crônicas Ao calor do incenso Flora Fernweh
Crônicas O problema do professor institucionalizado Flora Fernweh
Crônicas Sobre ser mulher Flora Fernweh
Sonetos Soneto dos dois anos de amor Flora Fernweh
Haicais Ampunheta Flora Fernweh
Crônicas Agora o ano começou Flora Fernweh
Crônicas Considerações sobre o Oscar 2025 Flora Fernweh
Crônicas Meu bloco na rua Flora Fernweh
Haicais Sextante Flora Fernweh

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 448.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Educação Física para além das quatro linhas - Matheus Henrique Silva de Oliveira 65168 Visitas
Sou ET - Jonas de Barros Vasconcelos 64965 Visitas
O sofrimento desnuda - Kinara Vitória de Sousa Santos 64390 Visitas
Uma vida Cyberlife - Caliel Alves dos Santos 64380 Visitas
Qual é o melhor local para vender artesanato online - Antonio 64351 Visitas
O que é vaidade? - Patrícia 64337 Visitas
TALVEZ - Ylnara Sama 64316 Visitas
A SAIDEIRA - André Chamun Calazans 64305 Visitas
ESCADA DE TROVAS(Nº 1) QUANDO O CARNAVAL CHEGAR - Sílvia Araújo Motta 64272 Visitas
O niilismo no senso comum da atualidade - Giulio Romeo 64223 Visitas

Páginas: Próxima Última