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Oceanos no centro da Terra
DIRCEU DETROZ

Quem viajou na companhia do professor Otto Lindebrock ao centro da Terra, ficou sabendo, ali existia um oceano. Eu viajei. Muito do que se lê na ficção de Júlio Verne hoje é realidade. Cada vez mais surgem evidências de que Verne estava certo também sobre esses oceanos.

Um estudo de 2014 confirmou a existência de um oceano no centro da Terra. Uma reportagem foi publicada no “Mar sem Fim” em junho de 2020 assinada por João Lara Mesquita. Sua localização seria no manto do planeta distante 400 milhas da superfície. No sétimo parágrafo, seis anos depois...

O jornal “The New York Time” faz uma ressalva. Se alguém inspirado em Otto Lindebrock se aventurar numa viagem ao centro da Terra, não será necessário incluir traje de mergulho na bagagem. Vou incluir os biquínis e as sungas. Essa água não é líquida. Está ligada a minerais existentes nessas profundidades.

Citando o professor Steven Jacobsen, a BBC fala da colisão de cometas e asteroides como responsáveis pelo aparecimento de água na Terra. Entretanto, o professor Jacobsen levanta a hipótese de que as rochas do manto do planeta tiveram um papel importante neste evento. Especialmente o “ringwoodite”. Um silicato rico em magnésio.

Uma das possíveis provas da existência de oceanos no manto da Terra, veio da cidade de Juína no Mato Grosso. Em 2009, pesquisadores encontraram o mineral “ringwoodite” num diamante marrom sem valor comercial. Tinha apenas três milímetros. Do seu peso, 1,5% eram moléculas de água.

Esse possível oceano não muda o que já se sabe sobre de onde veio a água que cobre 70% da superfície do planeta. Ela veio da colisão de cometas e asteroides formados por água. Grande quantidade dessa água ficou retida no material que originou o nosso planeta há bilhões de anos atrás.

Seis anos depois em junho de 2020, a manchete de um site português fez as suspeitas sobre oceanos no centro da Terra irem além: ”O núcleo da Terra pode esconder mais de cinco oceanos no seu interior”. Entra em cena Yunguo Li. Seu estudo publicado na “Nature Geoscience”, diz que no seu núcleo está a maior reserva de água da Terra.

A água afundou para o núcleo levada pelo ferro líquido quando houve a separação do manto. Li diz não ter uma resposta definitiva. Seriam necessários modelos precisos para saber a quantidade de água acumulada no planeta quando a separação entre manto e núcleo teve início.

Apesar do que disse o “The New York Times”, poderíamos nos aventurar na ficção e ir fazer turismo nas praias dos cinco oceanos no centro da Terra.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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