Quatro horas da manhã, acordo, pego minha escova de dente, escovo os meus dentes, tomo banho, me preparo para ir para a escola e vou. Segunda feira, as cinco aulas do dia. Duas de português, uma de inglês, duas de matemática. 11 h 15 min. Hora de voltar para casa, chego em casa, lanço minha mochila no canto de meu quarto, vou almoçar, assisto TV até as treze horas, depois vou fazer as atividades do colégio, nisso eu vou terminar as vinte horas, depois disso vou jantar, depois do jantar eu vou dormir e fim do dia, amanhã repetirei isso de novo, e depois de novo e de novo e de novo... É assim o meu algoritmo. Na verdade, eu sou uma máquina programada em códigos, devo seguir todos esses passos a cada linha, não tenho consciência, a não ser se eu não tiver um código fonte, entendeu? Sem código sem consciência.
Não sinto nada, só vejo o nada, e agora o que eu faço com o nada? Era para ser assim, eu tenho que ser igual a todos os seres humanos, seguir todos esses clichês, seguir as regras que a sociedade impõe, para eles eu era igual a todos. Só que eles estavam errados, eles não perceberam uma coisa. Um dia eu estava deitado em uma rede, estava apreciando o ócio que chega aos finais de semana, eu conheci uma menina muito linda, eu acho que o termo “linda” não descreveria o tamanho de sua beleza, eu mudei nesse dia. Foi aí que eu descobri que havia uma falha em meu código, um bug, um defeito no meu script, eu era um louco, eu não precisava seguir regras e nem mais esses algoritmos, “sou um computador que criou sua própria consciência.”
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