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Desenhos Mecânicos
Engenharia Fora da Caixa

Desenho Mecânico
O desenho técnico e mecânico são formas de expressão gráfica que visam a representação da forma, dimensão e posição de objetos de acordo com diferentes necessidades, na engenharia e em outras áreas. É definido como a linguagem gráfica universal dessas áreas. Pode-se dizer que para interpretar um desenho técnico é necessário enxergar o que não é visível. Logo, assim como a linguagem escrita exige alfabetização, a execução e interpretação de desenhos mecânicos demanda conhecimentos específicos, uma vez que formas tridimensionais são representadas por figuras planas.
Uma peça ao ser observada ou imaginada, pode ser desenhada em um plano, a essa representação gráfica se dá o nome de projeção. Projeta-se cada área de uma peça em um plano ortogonal, desta forma uma peça pode ser representada por várias vistas. Em cada uma das vistas, os detalhes da peça são desenhados, as arestas e contornos visíveis são representados por linhas grossas e contínuas, enquanto os contornos e arestas invisíveis naquela projeção devem ser representados por linhas estreita e tracejadas. Para identificar centro de furos, linhas de simetria e de trajetória, deve-se utilizar linhas traço ponto estreitas, conforme cita a norma NBR 8403.
Cada uma das vistas de um desenho mecânico recebe um nome específico, é recomendável a utilização de três vistas para representar uma peça sendo elas, na maioria das vezes, vista frontal ou de elevação, vista superior ou de planta e vista lateral esquerda ou de perfil. O posicionamento destas projeções seguem a norma NBR 10067, a qual permite a representação ortogonal por dois métodos de projeção, pela projeção no 1º diedro, cujo símbolo é dado pela figura 1, ou pela projeção no 3º diedro, cujo símbolo é dado pela figura 2.


Figura 1 - Símbolo 1º Diedro

Figura 2 - Símbolo 3º Diedro

A grande diferença entre a utilização do 1º ou do 3º diedro, é como as vistas são projetadas e posicionadas no desenho. No 1º diedro as vistas são projetadas em um plano ortogonal à área que está sendo analisada, ficando a peça entre o plano de projeção e o observador. No 3º diedro, as vistas são “copiadas” em uma projeção, sendo que o plano de projeção permanece entre a peça e o observador. Logo o posicionamento das vistas principais fica da seguinte forma: no 1º diedro, a vista frontal fica no centro, a vista superior abaixo da vista frontal e a vista lateral esquerda à direita da vista frontal; no 3º diedro, tem-se a vista frontal no centro, vista superior acima da frontal e vista lateral esquerda à esquerda da vista frontal. Como representados nas figuras 3 e 4, sendo essas um cilindro maciço, representado no 1º e 3º diedro respectivamente.


Figura 3 - Vistas Cilindro 1º diedro

Figura 4 - Vistas cilindro 3º diedro

Em um desenho mecânico o interesse em se representar uma peça na forma tridimensional é tão grande quanto o interesse em representa-la em um plano. A representação da peça em sua forma tridimensional recebe o nome de perspectiva. O que varia de uma perspectiva para a outra é o ângulo de visualização o qual o desenho tridimensional será feito. Das diversas perspectivas existentes, as mais utilizadas são, a isométrica e a cavaleira. Ao se esboçar uma peça em perspectiva isométrica, faz-se um esboço de um paralelepípedo regular de referência e então desenham-se as três vistas principais nas faces do paralelepípedo, em seguida unem-se as arestas das vistas e removem-se as partes excedentes, assim consegue-se montar uma peça em perspectiva.
Quando a peça a ser desenhada possuir um grande número de detalhes internos, as projeções ortogonais apresentarão uma série de linhas tracejadas, o que dificulta a interpretação do desenho. Para facilitar a interpretação desses detalhes internos, utilizam-se vistas em corte. A vista em corte é uma projeção ortogonal a partir de um plano secante, inserido em um determinado ponto da peça. No cilindro representado em vista isométrica da figura 5, e suas projeções no primeiro diedro na mesma figura, observa-se a vista lateral esquerda foi substituída pela vista em corte A-A.

Figura 5 - Cilindro com furo cego
No corte A-A da figura 5, nota-se que há uma região onde aparece um padrão de linhas estreitas inclinadas, este padrão de linhas chama-se hachura. A região hachurada é a região onde efetivamente houve a remoção do material durante o “corte” da peça, representa a parte onde há material. O corte realizado na figura 5 é um corte total, onde toda a peça foi cortada em uma única direção. Quando a peça dispuser de vários detalhes internos e desalinhados, é possível fazer um corte em desvio, o qual passa por várias direções, a fim de que se observe o maior número de detalhes possíveis em uma única vista. Todo local de corte deve ter um sentido de visualização indicado, como mostrado na figura 5 pelas setas   e letras maiúsculas A-A, o local por onde o corte passa é indicado pela linha traço ponto grossa. Já as vistas em corte devem ter a mesma indicação das letras maiúsculas utilizadas no sentido de observação do corte, para identifica-la. Outros tipos de cortes podem ser utilizados para uma melhor interpretação do desenho, como é o caso do meio corte e do corte parcial. Ou no caso de seções variáveis, o corte por seções. Logo, a intensão de qualquer tipo de corte é a de facilitar a interpretação do desenho.
Outra forma de se melhor detalhar um desenho mecânico é o emprego de vistas auxiliares, que são representações de projeções, fora dos eixos normais dos diedros. Esse tipo de vista é bastante empregado em detalhes de peças com superfícies inclinadas e com seção variável.
Na elaboração de um desenho, deve-se adotar a escala que será empregada no papel, ou seja, quanto a dimensão representada no desenho corresponde a dimensão real da peça. A escala pode variar da natural ou um para um, representada por 1:1, o que indica que a dimensão do papel é a mesma dimensão real da peça. Pode-se utilizar uma escala de redução, onde o comprimento do desenho no papel corresponde a uma fração da dimensão real, e pode-se utilizar uma escala de amplificação, onde a dimensão do desenho corresponde a um múltiplo da dimensão real ou da dimensão inicial adotada.
Na representação de conjuntos, ou seja, união de duas ou mais peças mecânicas, na maioria das vezes unidas por parafusos, porcas ou ribites, é normal a representação desse conjunto em corte total ou corte composto. As peças que são cortadas devem ter a direção de suas hachuras alteradas, para distinguir-se uma peça da outra. Já os parafusos, eixos e outros elementos de ligação, não devem ser cortados e sua representação deve ser simplificada, não havendo a necessidade de representar o perfil das roscas dos parafusos ou porcas.
No desenho de conjuntos mecânicos é interessante também a enumeração dos componentes do conjunto, por meio de linhas de chamada e referências, que deixem claro o componente enumerado e não confundam-se com as cotas do desenho. Muitas das vezes é necessário a utilização de uma lista dos itens enumerados, que pode seguir uma ordem em relação a montagem dos componentes ou seguir uma ordem de relevância das peças.


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